Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) se depararam com pichações homofóbicas no Centro Acadêmico (CA) de Direito nesta terça (08), quando membros da direção do CA foram se reunir no local. Segundo membros do CA, esta não é a primeira vez que isso acontece, mas desta vez as mensagens teriam sido “muito pesadas”.
“Como militante LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis], eu me sinto ofendido na minha essência. Mas a gente tem que pegar as nossas lágrimas e fazer das tripas coração para mudar esse pensamento”, afirmou Hugo Fonseca, membro do CA. Os estudantes da direção do Centro que presenciaram a cena tiraram fotos e após isto, compraram tintas para limpar a pichação. O grupo emitiu uma nota oficial de repúdio no perfil do Facebook.
Atualmente, pelo menos 1,2 mil alunos estudam na faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Na nota de repúdio, que teve bastante repercussão nas redes sociais, o CA pediu para que os alunos não se calem diante dessa situação, uma vez que as mensagens pichadas são bastante pesadas e ofensivas.
O diretor da faculdade de Direito, George Galindo, relatou que ficou sabendo do evento somente no fim do dia e lamentou o episódio, afirmando que, apesar de não saber exatamente como tudo aconteceu, uma sindicância foi aberta para apurar o caso e um comunicado oficial solicitando apoio da Polícia Civil do Distrito Federal e da Polícia Federal será enviado ao reitor da faculdade para ajudar nas investigações.
Galindo classificou o evento como "triste" e destacou que o curso tem diversos grupos de pesquisa que estudam o respeito às minorias. “A Faculdade de Direito repudia isso veementemente. Discutimos isso [espaço para minorias] amplamente e damos liberdade total para que as pessoas façam o que acharem mais conveniente. Sempre tentamos ser um ambiente plural, para todos. É lamentável”.
