Foi enterrado na tarde desta quinta (24) na Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal, o corpo de uma menina de 1 ano e 7 meses, que morreu no Hospital Regional de Santa Maria depois de ter tomado 3,5 mililitros de adrenalina no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). A Secretaria de Saúde quanto o Conselho Regional de Medicina (CRM) do DF abriram investigação para apurar o caso e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou que também vai investigar a morte.
A família da menina relata que a criança tinha sido levada para o HMIB no domingo (20), com uma irritação na pele. “Ela apresentava manchas pelo corpo, uma espécie de alergia que eles não sabiam do que era, mas não estava incomodando em nada ela”, disse a mãe da menina, Jane Formiga. A mãe da criança relatou que um enfermeiro estranhou a dosagem e avisou à mãe da paciente e a médica foi questionada, mas confirmou a aplicação. A menina começou a passar mal poucos minutos depois e foi transferida na madrugada de segunda (21) para o Hospital de Santa Maria
No prontuário consta que a médica que fez o atendimento prescreveu 3,5 mililitros de adrenalina. A Secretaria de Saúde do DF disse que a médica que assinou o prontuário não foi a mesma que prescreveu a dose, mas que a conduta da profissional vai ser analisada. “Houve uma prescrição, uma dose acima do preconizado, que provavelmente levou ao óbito dessa criança”, disse o Secretário de Saúde, Rafael Barbosa.
O CRM informou que o presidente da entidade, Iran Cardoso, não vai participar da investigação do conselho. De acordo com a assessoria de imprensa do CRM, ele decidiu se afastar da investigação por ser pai da pediatra que prescreveu o medicamento para a criança.
Apuração – De acordo com o promotor Diaulas Ribeiro, o atestado de óbito não conclui a causa da morte. “Vamos ouvir, num primeiro momento, a equipe de enfermagem do HMIB, porque é neste momento que surge o fato dado pela família como causador da morte, quando a criança é medicada”, disse Ribeiro.
Já Rafael Barbosa afirmou na quinta (24) que a médica que assinou o prontuário que registra superdosagem de adrenalina não é a mesma que prescreveu o medicamento. A informação é de que a residente que registrou o procedimento, está grávida e entrou em estado de choque. Ela está de licença médica. A outra profissional responsável pela prescrição, uma médica concursada, também estaria afastada por motivo de saúde.