DF é destaque negativo em índice latino americano sobre tratamento de resíduos

Publicado em: 04/12/2012

Enquanto o Governo do Distrito Federal tenta firmar uma Parceria Público Privada (PPP) que se for aprovada como foi concebida deve tirar os catadores do sistema de coleta e destinação dos resíduos sólidos, o DF aparece em último lugar no Índice de Cidades Verdes da América Latina, desenvolvido pela organização Economist Intelligence Unit (EIU), que analisou 17 cidades latino-americanas e diagnosticou uma situação de pouco cuidado com os resíduos na capital brasileira, apesar de apresentar índices acima da média em itens como Saneamento Básico e Governança Ambiental. Brasília também se destacou como o pior transporte das cidades avaliadas.

Diariamente, cerca de 8,7 mil toneladas de lixo chegam ao Lixão da Estrutural e não têm a correta destinação e tratamento. Foi esta situação que deixou Brasília abaixo da média na lida com os resíduos sólidos, segundo a EIU, que aponta ainda que o fraco desempenho se deve à elevada taxa de produção de resíduos: por ano, cada brasiliense produz em média 875 quilos de lixo, o que coloca a capital do país como um dos locais onde a taxa de produção de resíduos é mais alta que a média do índice das cidades pesquisadas, que é de 465 quilos anuais por habitante.

 

As outras cidades pesquisadas foram Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo no Brasil; Bogotá e Medellín na Colômbia; Buenos Aires na Argentina; Cidade do México, Guadalajara, Monterrey e Puebla no México; Lima no Peru; Montevidéu no Uruguai; Quito no Equador; e Santiago no Chile.

 

Comparação – Mesmo comparando a quantidade produzida pelos moradores do DF com o de outras cidades onde a renda da população é mais elevada, os brasilienses continuam como campeões na produção de resíduos. Nestas outras cidades latino-americanas de renda mais elevada, a média de lixo por habitante é de 657 quilos por ano.

 

Por aqui, 95% dos resíduos produzidos são coletados e têm como principal destinação o Lixão da Estrutural. Esse índice é um ponto percentual abaixo da média captada nas 17 cidades pesquisadas. Porém, o grande destaque que mancha a imagem da cidade é o fato de a capital do País ser uma das poucas cidades de grande porte no Brasil que ainda possui um depósito de lixo a céu aberto. 

 

Lixão – Segundo o diretor-geral do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Gastão Ramos, o GDF segue uma linha de trabalho que deverá culminar com o fechamento do Lixão da Estrutural até julho de 2013 e uma das ações é a tal PPP do Lixo, que prevê que os serviços sejam entregues a uma única empresa privada durante 30 anos e que deve ser implantada por determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Quando foi apresentada, a proposta gerou protestos e falava em 2014 como prazo para desativar o Lixão.

 

Enquanto esse prazo, qual seja ele, não se encerra, processos licitatórios deverão ser finalizados para a construção e operação do novo aterro sanitário do DF, que será implementado em Samambaia. “O Lixão da Estrutural tem mais de 50 anos e para fechá-lo não é simplesmente passar um cadeado na porta. Temos hoje a construção de um novo aterro, as licitações estão avançadas e temos a previsão de fechá-lo definitivamente até julho”, prevê Gastão.

 

No Lixão da Estrutural, que tem aproximadamente dez quilômetros quadrados de extensão, a capacidade de armazenamento já ultrapassou a marca de 30 milhões de toneladas de resíduos e ainda dispõe de 25% de espaço para o armazenamento de lixo. Por lá, uma média de mil caminhões descarregam os resíduos todos os dias.

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