Se caírem as tão esperadas chuvas, DF está preparado para recebê-las?

Publicado em: 19/09/2012

Entramos no mês de setembro e segundo a meteorologia, a temporada de chuvas está prevista para iniciar a partir da próxima semana. O Distrito Federal está há quase três meses de absoluta seca e quando as águas rolarem, as áreas de risco e aos alagamentos voltam a surgir e o DF não passou pelas obras de prevenção a desastres e transtornos advindos das chuvas, durante o período de seca. 

A infraestrutura continua a mesma do ano passado e a expectativa é de que os mesmos lugares alaguem. A Secretaria de Obras chegou a apresentar o Programa Águas do DF, cujo edital foi publicado no primeiro semestre e previa o reforço na rede pluvial em pontos de Taguatinga e no Plano Piloto onde é conhecida a susceptibilidade aos alagamentos, mas um questionamento do Tribunal de Contas do DF e Territórios (TCDFT) em relação à falta de divisão dos lotes de serviço e à documentação suspendeu o processo na fase de pré-qualificação das áreas do centro da capital. 

Sem previsão – As chuvas estão previstas, mas as obras não se sabe quando poderão acontecer. O planejamento era de que o reforço das galerias de águas pluviais e a construção de bacias de detenção e filtros de resíduos custassem R$ 312,3 milhões e demorariam dois anos e meio para serem executadas, mas com a suspensão do TCDFT e o processo paralisado, não há nenhuma previsão para reinicio do processo, quanto mais das obras. 

Segundo David José de Matos, o secretário de Obras, a pasta ainda aguarda a nova análise do TCDFT para poder dar continuidade ao edital para implementar o programa, que aliás, é insuficiente e só contempla duas regiões administrativas. Segundo Matos, nas outras regiões seria necessária apenas a manutenção e a readequação da estrutura existente. “Essas obras seriam para minimizar os problemas, mas não para este próximo período de chuvas. A escolha do Plano Piloto e Taguatinga se deu porque essas áreas não têm redes de captação. Já nos outros locais do DF, vamos resolver com a expansão das galerias e com outras obras menores”, explicou. 

Paliativos – Enquanto a sala de justiça do TCDFT não se debruça no Programa de Águas do DF e o impasse da licitação não é solucionado, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) vai fazendo o “mise em scène” das ações paliativas, intensificadas neste período aproximação das chuvas. De acordo com Ângelo Tiveron, que coordena a Seção de Manutenção e Drenagem de Águas Pluviais da Novacap, de junho até agora já foram desobstruídos cerca de 65 mil metros de rede pluvial em todo o DF. 

Ângelo destaca que os alagamentos registrados em algumas regiões são decorrentes da falta de atualização do sistema de captação de água e dos maus hábitos da população. Em média, dez toneladas de resíduos são retiradas diariamente das galerias de águas pluviais do DF. O que os trabalhadores encontram nos esgotos e bueiros poderiam ser resolvidos com atitudes sustentáveis como a coleta seletiva. São brinquedos, roupas, objetos plásticos e lixo orgânico, além de terra, madeira e restos de construção, segundo Tiveron. 

Ele ressalta ainda que, por conta da falta de comprometimento da população, a demanda é interminável. “A limpeza do sistema de drenagem é preocupante. Atendemos 30 regiões administrativas e sempre tem lixo nos bueiros”, conta o representante da Novacap. O fato é que só a limpeza, mesmo que pouca sujeira fosse encontrada, não é, nem de longe, a solução ideal. A expansão das redes e do sistema de drenagem pluvial é, mais que necessária, urgente. 

Vamos nos preparando para as chuvas e rezando para que elas não causem tanto estrago quanto é possível diante da infraestrutura existente.

Com informações do Clica Brasília.

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