“Quem quiser fazer maracutaias que procure outro caminho”- diz deputado

Publicado em: 20/09/2012

No comunicado de líderes da sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta (18), o deputado Chico Vigilante (PT) se posicionou contra uma denúncia trazida pelo jornal Metro. Para o deputado a matéria sugere “uma possível maracutaia” envolvendo a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) e a Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP) ao firmarem acordo de prestação de serviços para o GDF no valor de R$8,1 milhões. O FAP foi criado para promover a pesquisa científica no DF. 

Segundo Vigilante, ele ficou indignado ao ler a denúncia e não poderia ficar calado. “Todo mundo sabe, é claro e notório que sou um dos principais deputados da base de apoio ao governo e vou continuar sendo, mas não é por isso que vou me calar frente a nenhuma maracutaia. Eu não aceito desvio de recursos públicos de jeito nenhum. Fiquei indignado com o que estava escrito. Não estou criticando o jornal, o papel dele é esse o de fazer as denúncias de irregularidades e ilegalidades por meio de reportagem. Mas eu já encaminhei ofício ao governador Agnelo Queiroz e à Secretaria de Transparência para que seja feita uma investigação criteriosa, rigorosa”, afirmou Vigilante. 

Segundo o parlamentar, em conversa com o governador, ele afirmou que já determinou investigação do caso. “Lá na frente se o cidadão provar que não fez nada disso, eu volto aqui para pedir desculpas nesta tribuna”. Para Chico, o verdadeiro defensor do governo é aquele que não se compactua com coisa errada. “Quem quiser fazer maracutaias que procure outro caminho”, alertou.      

De acordo com o jornal, a Fucapi tem sede em Manaus: “a distancia geográfica afasta, o histórico de problemas que aproxima as duas instituições”, diz a reportagem, que aponta ainda que o FAP ganhou destaque no noticiário local como ralo de verbas públicas, desviadas através do programa DF Digital. Já a Fucapi foi denunciada pelo Ministério Público Federal à Justiça por ter assumido contrato de licitação diretamente com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que teria causado prejuízo ao erário público. 

A reportagem dá conta ainda que o contrato firmado entre a Fucapi e a FAP, sem licitação, prevê a criação de uma solução integrada para sistematização, implantação e execução de escritório de gerenciamento, acompanhamento e controle de pesquisa. O Metro denuncia também a falta de transparência no método de escolha do FAP ao firmar o contrato: “apoiou-se em uma brecha da lei 8.666: inciso XIII do artigo 24”, um expediente que não é ilegal, mas levanta suspeita dos órgãos de controle.

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