Polícia Civil em greve não tem possibilidade de reajuste, diz Sandro Avelar

Publicado em: 13/09/2012

 Os policiais civis do Distrito Federal não têm possibilidade de reajuste salarial para 2012, de acordo com o secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar. Nesta quarta (12) ele disse que a possibilidade de aumento para todas as categorias é para 2013. Os agentes estão em greve desde o dia 23 de agosto e nesta quarta (12), queimaram um caixão em um protesto em frente à Câmara Legislativa do DF.

O secretário afirmou que a estratégia do GDF para a negociação com a categoria é semelhante a do governo federal para lidar com a greve e que está em contato com as lideranças policiais. “Da mesma forma que o governo federal conduziu as negociações com os servidores federais, estamos conduzindo aqui. Mas uma coisa é certa: em 2012 não vai ter nada”.

Reivindicação – Os agentes querem a reestruturação da carreira e um reajuste salarial de 28%, percentual que equivale à inflação acumulada entre 2006 e 2012. Em assembleia realizada na terça (11), eles decidiram manter a paralisação e marcaram nova reunião para esta sexta (14). “Não vai ter aumento para ninguém este ano. Há um trabalho que está sendo feito a partir de 2013. É isso que está sendo negociado, algo a partir de 2013. Para 2012, não existe possibilidade”, disse Avelar. 

Segundo Luciano Marinho, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Sandro acompanhou a categoria em diversas reuniões no Ministério do Planejamento, mas nenhuma proposta foi apresentada pelo GDF. “Não queremos saber se [a possibilidade de aumento] é para 2013 ou 2014, queremos é uma proposta. Nem para 2013 recebemos proposta. Nossa greve é por falta de proposta”, disse. 

Determinação judicial – Nos últimos dias de agosto, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) acatou parcialmente uma liminar do GDF e determinou a volta de 80% dos policiais civis ao trabalho, ordenou que a população tenha livre acesso às unidades policiais e que a categoria não realize nenhuma manifestação que feche vias públicas ou cause transtorno ao trânsito, fixando multa de R$ 100 mil para cada ato de desobediência. À decisão, ainda cabe recurso. 

Ciro José de Freitas, presidente do Sinpol-DF garante que a determinação está sendo cumprida e Avelar confirma. “Nós estamos respeitando fielmente a decisão judicial, mas os 20% que não estão trabalhando já afetam a qualidade dos serviços”, disse Freitas. 

Cortejo – Os grevistas fizeram nesta quarta (12) um cortejo com dois caixões entre o Palácio do Buriti e a CLDF, em protesto por mais investimentos na segurança pública. Em frente à Câmara, eles queimaram os caixões. 

Segundo o presidente da Federação dos Policiais Civis e secretário-geral do sindicato da categoria, Divinato da Consolação, os agentes pretendiam acompanhar a votação de um requerimento na Casa, que pede que o administrador do Fundo Constitucional do DF explique como tem aplicado o dinheiro e o suposto baixo investimento em segurança, mas não houve sessão por falta de quórum. Além disso, na terça (11) alguns parlamentares anunciaram obstrução da pauta, em apoio à greve.

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