GDF transfere 22 internos maiores de 18 do antigo Caje para carceragem da polícia

Publicado em: 11/09/2012

Secretaria da Criança do Distrito Federal transferiu nesta terça (11) 22 internos maiores de 18 anos da Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Caje, para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada, da Polícia Civil (DPE). Algemados, eles seguiram escoltados em um ônibus e uma van. A medida faz parte da estratégia do GDF para separar os maiores de 18 anos dos menores que cumprem medidas socioeducativas no prédio do antigo Caje. Três internos da unidade foram mortos em 20 dias, sendo dois neste mês de setembro. 

A secretária da Criança, Rejane Pitanga, afirmou que a transferência resguarda os direitos dos internos e foi autorizada pela Justiça. “É uma situação de emergência, em que precisamos garantir a integridade dos adolescentes internados”, afirmou. Nas duas últimas semanas houve duas mortes e três tentativas de homicídio. 

Estratégia – Segundo informações da Polícia Civil, todos os casos envolviam maiores de 18 anos que ainda cumprem medida socioeducativa. A polícia investiga se as mortes estão sendo organizadas para evitar novas internações. “Temos notícias de que a cada semana um adolescente irá morrer, porque eles querem convencer o juiz de que eles não devem ser internados, devem ficar soltos, motivo pelo qual eles vêm se organizando e demonstrando cada vez mais o caráter de periculosidade deles”, disse a delegada Gláucia Ésper, da Delegacia da Criança e do Adolescente, neste domingo (09). 

O promotor da Vara de Execuções de Medidas Sócioeducativas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Ricardo Tassi, nega que as mortes tenham acontecido de maneira orquestrada. O Tribunal determinou nesta segunda (10) que a unidade passe por revistas frequentes.

Com capacidade para 166 internos, o Caje tem atualmente 350 internos, dos quais 150 têm mais de 18 anos. O governo do DF diz que vai desativar a unidade até o fim deste ano. Por conta das recentes mortes, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai fazer visita na próxima terça-feira (18) à unidade. A última visita do CNJ ao local foi em 2010, durante a gestão de Rogério Rosso e resultou em relatório recomendando o fechamento da unidade.

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