Membros do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores (PT-DF) querem criar uma nova corrente interna chamada Construindo uma nova Brasília.
O deputado distrital e ex-presidente do PT-DF, Chico Vigilante, considera a discussão desnecessária para o atual cenário político. “A despeito das alegadas razões para sua criação, o fato é que uma nova tendência além de não resolver os nossos problemas internos, contribuirá mais ainda para a nossa divisão. O que o PT precisa no momento é de unidade para definição dos seus objetivos institucionais que devem estar acima dos interesses pessoais e de grupos específicos”, explica Vigilante.
O governador do DF, Agnelo Queiroz, foi acusado, nos últimos 16 meses, de envolvimento com Carlos Cachoeira e o diretório local nem conseguiu montar sua defesa, na visão de Vigilante.
Foi espantoso assistir o governador petista sangrando em mídia nacional e o Diretório perdido igual filho de prostituta em dia dos pais. E até determinado momento, a cúpula nacional também não havia sinalizado apoio ao DF. É estranho ver um partido gigante como o PT quase entregando de bandeja um mandato de governador.
Vigilante também aponta que dificuldades podem surgir para o PT em 2014. “No bojo dessa discussão, estão temas que além de não contribuírem para a unidade do partido, são extemporâneos, podendo até dificultar a formalização de alianças para um novo processo eleitoral”.
De fato a situação complicou para o PT. Falta pouco mais de um ano para as eleições. Candidaturas majoritárias surgem quase toda semana. Os partidos políticos querem se garantir sozinhos. Nomes conhecidos como Eliana Pedrosa, Reguffe, Gim Argelo e Rodrigo Rollemberg ensaiam as suas candidaturas e esperam as pesquisas eleitorais para confirmar: se sai candidato (dependendo da expressividade da votação em primeiro turno, pode negociar cargos no segundo turno em troca de apoio) ou muda totalmente a rota.
Posso adiantar ainda que existem conversas para uma surpresa no cenário político. Por mais que os petistas queiram acreditar com todo coração, o rorizismo não acabou e pode ser ameaça em 2014. Querendo ou não, o ex-governador Joaquim Roriz carrega cerca de 30% dos votos nas costas. Há um nome forte que pode vir como candidato com apoio de Roriz. Não podemos esquecer os quadros políticos do ex-governador: Laerte Bessa, Jofran Frejat, Jaqueline Roriz, Rogério Rosso, Abadia… (considerando também que Roney Nemer e Eurides Brito sempre foram).
Chico Vigilante afirma que o melhor para o partido é deixar brigas internas de lado e lutar por um PT unido (antes que afunde). “Entendo que o melhor que o PT pode fazer pelo DF e pelo Governo para o qual trabalhou para eleger, é buscar a sua unidade em torno de um projeto comum. Por isso, faço um apelo à razão para que cessem esse processo e que possamos dar sustentação ao governo do companheiro Agnelo Queiroz e da presidenta Dilma Rousseff”.
Então, petistas, uni-vos antes que Aécio e Roriz proponham “um novo caminho” para o DF e para o Brasil; sem Mensalões, Sanguessugas e Waldomiro Diniz, sem Delta e Cachoeira e sem Francenildo pela frente.