Nesta quinta (12), o comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Suamy Santana, afirmou que foi aberta uma sindicância na Corregedoria da PM, para apurar a autoria de um vídeo intitulado “Dia a dia da Rotam DF”, publicado na internet há menos de um mês, com explícita apologia à violência . O vídeo mostra supostos criminosos feridos a bala, armas, munição, treinamentos e operações que seriam do batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas da PM (Rotam). Ao fundo, ouve-se uma música do grupo "Apocalipse 16", que diz "Bate Pesadão, manda o inimigo para o chão".
Segundo o comandante, a PMDF não pode permitir apologia à violência, principalmente porque forma “promotores de direitos humanos”. “A sindicância vai identificar a autoria do vídeo, a veracidade e a motivação das imagens. Formamos policiais promotores dos direitos humanos. É importante não rotular a Rotam como se fosse uma segunda Rota”, declarou.
De acordo com o comandante geral, a sindicância tem prazo de 30 dias para ser concluída e, a partir do que for apurado, o caso será levado à Justiça Militar, que poderá punir os responsáveis, caso eles sejam policiais militares. Segundo Suamy, caso ninguém seja identificado, o caso deve ser arquivado.
Vale lembrar que não se trata do primeiro caso de apologia à violência investigado dentro da corporação. Em abril deste ano, durante a operação tartaruga, a Corregedoria da Polícia Militar também investigou o suposto apoio à violência, por parte de policiais, em redes sociais, porém segundo o comandante-geral afirmou que a sindicância de abril não indicou a origem das postagens.
Rotam – No vídeo, são exibidas imagens de supostos treinamentos e operações acompanhada de ameaças como “Se tentar fugir da Rotam, vai se dar mal”, “E se trocar tiro com a Rotam, é assim que vamos responder”. Além disso, o vídeo exibe homens que teriam sido agredidos em operações da Rotam.
O comandante da tropa, Leonardo Sant’anna confirmou que os feridos atiraram contra uma viatura da Rotam foram alvejados em janeiro. Eles seriam sequestradores. Segundo ele, o vídeo não é oficial, mas só quem tem acesso às imagens que foram publicadas são os policiais do batalhão, mas que não é possível afirmar que foi um dos homens da Rotam que divulgou o material.
Não podemos deixar de comentar que a investigação em ambientes externos à polícia tem se mostrado mais eficaz em identificar os rastros de crimes no ambiente virtual.