Já não é nenhuma novidade apontar problemas da rede pública de saúde brasileira, muito menos do Distrito Federal. Câmara em Pauta já falou de pacientes internados no corredor (+aqui), falta de remédios nas farmácias populares (+aqui) e de “herança maldita” de governos anteriores (+aqui). Hoje nós vamos reverberar o pedido de socorro dos trabalhadores do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), já que a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) não se digna a responder.
Para se ter uma ideia de como é difícil atender bem na situação precária que o sistema enfrenta, enfermeiros do HRAN denunciam a falta de suprimentos básicos, que vão desde sedativos para pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ataduras, lâminas de bisturi, sondas até luvas cirúrgicas e fraldas descartáveis. Estas últimas vêm sendo compradas pelos enfermeiros, para tentar minorar o problema.
Os problemas não param por aí: gestores pediram ajuda do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) no mês de abril. Numa reunião entre os dois segmentos, foram abordados problemas com prontuários eletrônicos, suspensões maciças na concessão de licença prêmio e abonos e falhas nas escalas de plantão em função do corte indiscriminado das horas extras. Situações relatadas pelos participantes revelaram um quadro generalizado de agravamento no caos da rede pública de Saúde do DF. Para os gestores, medidas de governo aumentam os riscos para médicos e pacientes (+aqui).
Campanha – Como dissemos no início do texto, o Câmara em Pauta está reverberando um pedido de socorro de profissionais do HRAN, que apelam para que quem quiser e puder doar fraldas geriátricas de qualquer numeração e luvas cirúrgicas, para ajudar à população que precisa do HRAN, enquanto a SES – DF não toma as devidas providências, basta levar ao Hospital e entregar na recepção.
Saúde do DF em números – O Ministério da Saúde divulgou em março deste ano o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS) e a saúde pública do Distrito Federal ficou em vigésimo lugar com nota 5,09. A pesquisa buscou informações sobre os serviços e as ações realizadas pelo governo na área da saúde. A média geral do país ficou em 4,47. (+aqui).
Já em cobertura de saúde bucal, Brasília só perde para Cuiabá (MT) também segundo o IDSUS, com nota 2,08. Para a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, esses dados mostram o "descaso" dos governos anteriores com o segmento e que o atual governo ampliou o número de dentistas contratando mais 179 profissionais, o que deve apresentar melhora do índice do DF nos próximos levantamentos. (+aqui)
Na época da divulgação do IDSUS, os deputados Petistas Chico Vigilante e Arlete Sampaio falaram de melhorias na saúde do DF após um ano do governo Agnelo Queiroz. Segundo eles, houve aumento de investimentos e de leitos em hospitais na ordem dos 500%. Vamos esperar esses números aparecerem efetivamente em forma de melhorias nas unidades de saúde.