Nesta segunda (07), a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Brasília foi ocupada por um grupo com cerca de 50 caciques, representantes das etnias Huni Kui, Nawá, Manxineli, Apolima-arara, Jaminawá e Axaninca do Acre. Eles querem ser recebidos pela presidente do órgão, Marta Azevedo. O grupo está em Brasília há uma semana e reivindica apoio da entidade para intermediar conflitos na região.
Eles querem debater com a entidade soluções para alguns dos conflitos entre os índios e fazendeiros da região, e outros problemas. Os indígenas afirmam que só sairão do local quando forem recebidos para entregar suas reivindicações. e invasores de terras demarcadas.
De acordo com os caciques, pelo menos três comunidades têm sofrido com a ação de fazendeiros que estariam invadindo terras demarcadas ou reivindicadas pelos indígenas, principalmente nas margens dos rios afluentes do Purus. Ainda segundo os índios, latifundiários estariam derrubando a floresta e abrindo novas áreas para implantar suas fazendas.
Os caciques pedem proteção policial para as lideranças que estariam sendo ameaçadas por esses fazendeiros e já encaminharam essa reivindicação à Secretaria de Direitos Humanos (SEDH). “Estamos aqui [em Brasília] desde a última segunda-feira. Já fomos recebidos nos Ministérios da Saúde e da Educação, mas a presidente da Funai não nos recebe", disse o cacique Ninawa, da nação huni kui.
Os indígenas também mostram-se insatisfeitos com o cronograma para criação de grupos de trabalho proposto pela Funai para a demarcação de terras no Acre, com previsão para 2015. Para eles, as terras prioritárias – aquelas onde há conflito – devem ser demarcadas este ano, e as demais até o final de 2013.
O grupo pede ainda segurança para lideranças indígenas ameaçadas, além da efetivação das coordenações regionais do Juruá e do Purus, em Rio Branco, capital do Acre e ameaça ocupar também a sede regional da Funai em Rio Branco caso não sejam recebidos.