Cláudio Monteiro sai do GDF e oferece quebra de sigilos após denúncias

Publicado em: 11/04/2012

 

 

Nesta terça (10) o chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, anunciou a saída do cargo, logo depois de gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal serem veiculadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Na tarde desta quarta (11), o ex assessor disponibilizou a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e eletrônico, independente de pedidos judiciais. 

Na gravação, dois integrantes da quadrilha discutem o pagamento de uma mesada para ter benefícios em contratos milionários no setor de limpeza pública e citam o nome de Monteiro, que por sua vez nega ter favorecido o grupo.

A suposta ligação de Cláudio Monteiro com o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira já tem sido falada pela mídia há pouco mais de uma semana (veja aqui), o que motivou a Câmara Legislativa a convidá-lo para prestar esclarecimentos (leia aqui).

De acordo com Monteiro, ele ligou para Agnelo logo após a exibição da reportagem e comunicou sua saída. Ainda segundo o ex assessor, o governador teria deixado aberta a possibilidade de ele retornar ao cargo após o fim das investigações, uma vez provada sua inocência no caso. Ele disse também que pretende mover um processo contra a PF e as pessoas que o citaram na gravação. “Ou a Polícia Federal apurou e aquilo não foi praticado ou apurou e não tomou providencia, o que é prevaricação”, declarou.

Monteiro disse ainda que recebeu Cláudio Abreu no final de 2011, como diretor da Delta, mas afirma peremptoriamente que não está envolvido com irregularidades. “Eu recebi pessoas para tratar sobre o aterro, o lixão. Na função de servidor público, recebi um diretor de uma empresa. Não recebi nenhum bandido, nenhum malfeitor”, disse.

Gravação – A gravação exibida ontem mostra um diálogo entre Claudio Abreu, que era diretor da Construtora Delta na região Centro-Oeste para um dos homens de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Os dois falam sobre a nomeação de um aliado da quadrilha na direção do Serviço de Limpeza Urbana de Brasília (SLU), área de interesse da Delta e citam os nomes do ex-assessor da Casa Militar do GDF, Marcello Lopes, o Marcelão, e o de Claudio Monteiro.

A gravação trata da suposta indicação de João Monteiro para a direção do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF, que foi nomeado, mas foi exonerado em março último. Cláudio afirma que não é seu parente, mesmo tendo o mesmo sobrenome. Na gravação, Dadá sugere a Abreu que “dê um dinheiro ao homem” e eles acertam o pagamento de R$ 20 mil mais uma mesada mensal de R$ 5 mil a Claudio Monteiro pela indicação do nome de interesse do grupo para o cargo no SLU. A PF não comprovou se o chefe de gabinete do GDF recebeu o dinheiro.

Atualmente, a Delta tem dois contratos na área de limpeza pública do DF, no valor total de R$ 470 milhões. Os contratos foram fechados antes de Agnelo assumir o GDF.

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