Onofre Moraes pediu demissão, após vazamento de vídeo

Publicado em: 02/02/2012

 Onofre Moraes não durou muito tempo como diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, após a divulgação de vídeos que o comprometeram. Onofre pediu demissão nesta quinta (2). De acordo com o porta-voz do GDF, Ugo Braga, o processo de escolha do novo diretor-geral da polícia está sendo conduzido pelo secretário de Segurança, Sandro Avellar. Agnelo Queiroz aceitou o pedido de demissão para garantir a normalidade administrativa e "reconheceu o bom trabalho técnico" do ex-diretor.

Depois de “pedir demissão”, Onofre anunciou que vai se aposentar após 34 anos de serviços prestados e disse que as declarações foram feitas entre amigos, "como galhofas de botequim" e que o vídeo "estava na geladeira esperando para me fazer de defunto". O vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli afirmou que acionou a consultoria jurídica para analisar o vídeo e tomar "providências cabíveis".

Camburão – Onofre comandou a PCDF durante pouco mais de dois meses e seu pedido de demissão ocorre ao mesmo tempo em que foram vazados vídeos de suas conversas com o jornalista Edson Sombra. Num dos vídeos divulgados por Sombra, Onofre declara ter ligado para alguém que não é possível identificar pelo áudio, mas segundo o delegado, seria seu interlocutor no Buriti. "Eu liguei e falei: 'quando o seu governador tiver saindo do camburão da Polícia Federal e eu estiver aposentado e vendo, eu só vou falar: pede à diretora para tirar ele'. Foi o recado que eu mandei, direto", disse Onofre.

Edson Sombra é uma das testemunhas na Operação Caixa de Pandora que levou o ex-governador José Roberto Arruda à prisão por tentativa de suborno. Os vídeos divulgados pelo jornalista mostram críticas de Moraes à diretora-geral Mailine Alvarenga, que deixou o cargo em novembro, quando Onofre Moraes assumiu a chefia da PCDF, demitindo dezenas de delegados.

Vale lembrar que Moraes fez as declarações em junho passado, quando Agnelo já era investigado pela PF e ele era apenas delegado. Onofre disse ainda que, por conta das investigações, outro caminho para Agnelo Queiroz seria a renúncia. 

Foto, Correio Braziliense.

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