Nono dia de greve da Polícia Militar na Bahia e nenhuma novidade substancial quanto a negociações. Até o momento, três homens deixaram o acampamento na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), onde estão reunidos policiais militares grevistas, que reivindicam ao governo do estado questões salariais e anistia a 12 homens que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça da Bahia, contra os PM’s considerados líderes do movimento. Até agora, dois foram presos.
Durante a madrugada não houve confrontos. A energia no prédio foi cortada em alguns momentos. As vias de acesso ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) foram liberadas na terça (07) para o acesso de funcionários dos órgãos públicos que têm sede no local.
Carnaval – O governador tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval em Salvador na próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça (14).
O planejamento do carnaval está pronto e o investimento de R$ 30 milhões na segurança será mantido. A Operação Carnaval começa com a vinda de policiais do interior para a capital. “Assim poderemos dar ao povo a maior festa popular do mundo e ter a eficácia da Polícia Militar da Bahia na resolução de conflitos", disse Wagner.
Impasse – O governador Jaques Wagner (PT) pediu que os PM’s parados retornem ao trabalho imediatamente e mantém a decisão de impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Nesta terça, após quase sete horas de negociação, não houve acordo.
"Há dois movimentos. Para um deles, que é legítimo e reivindicatório, colocamos uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia, que são as chamadas da GAP IV e GAP V. Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contracheque dessas duas gratificações. Isso significa um aumento de 35% de reajuste para os profissionais da Polícia Militar", disse o governador.
Wagner afirmou que a manifestação grevista faz parte da democracia e só questiona a forma como alguns PM’s estão agindo. "Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Os policiais que participaram legalmente, dentro das regras, pacificamente do processo reivindicatório, não têm com o que se preocupar. Alguns abraçaram um formato de reivindicar que não combina com a democracia. Por isso não falo em anistia, que só cabe quando se você sai de um regime de exceção. As prisões, eu repito, são determinações judiciais. Ordem judicial é para ser cumprida. Há uma ordem de prisão por conta do vandalismo e por ameaças à população. Claro que cada um terá o direito de defesa e seus advogados para isso", afirmou.
Vamos ver até quando os líderes do movimento vão se esconder atrás do escudo humano de mulheres e crianças para enfrentar as negociações.
Foto, Secom-Bahia.