Na manhã desta segunda (06) a tensão começou cedo na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), onde Policiais Militares em greve estão acampados desde a última terça (31). Homens do Exército, Força Nacional, Polícia Federal e das Companhias Independentes de Policiamento Especializado da Polícia Militar cercam o prédio da ALBA desde as 6h. As ruas de acesso ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) estão fechadas e o trânsito da Avenida Paralela para o CAB interditado. 600 homens do exército e 250 PM´s que não aderiram à greve estão no local e a cada instante chegam mais veículos da Força Nacional.
Toda esta operação é para que Quarenta homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT-PF), "tropa de elite" da corporação cumpra 11 mandatos de prisão de pessoas ligadas à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), dos 12 que tiveram a prisão decretada pela Justiça, que na quinta (03) decretou a irregularidade da greve. Já foi preso Alvin dos Santos Silva, da Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA), acusado de formação de quadrilha, incitação à violência e roubo de patrimônio público, pelas viaturas que ficaram até este sábado (04) em poder dos grevistas.
O clima é tenso e familiares dos amotinados tentam a todo momento furar o bloqueio e se juntar aos manifestantes que ocupam o prédio da ALBA, mas foram contidos pela polícia. Do lado dos grevistas, um escudo humano feito pelas mulheres dos PM’s em greve. Do lado de fora, outro cordão da Força Nacional impede a entrada de mais familiares no grupo amotinado na rampa da Assembleia.
A equipe que comanda a ação de desocupação colocou lonas e grades ao redor da Assembleia. Um PM conseguiu furar o bloqueio e se juntar aos grevistas, o que foi comemorada pelos manifestantes. Houve um princípio de confusão e homens que participam da ação de desocupação atiraram balas de borracha e spray de pimenta. Os grevistas dizem que vão cansar os militares, enquanto gritam palavras de ordem.
Manifestantes afirmam que não vai haver reação violenta da parte deles e pediram através de seu perfil no Facebook, o apoio de colegas grevistas. "Colegas aquartelados venham agora para o CAB pelo amor de Deus. Estamos sitiados, precisamos de ajuda".
Esperamos que, enquanto todo esse efetivo está na ALBA para desocupar o prédio, a população não seja cada vez mais atingida pela onda de violência e insegurança que vem fazendo com que a cidade esteja praticamente parada.
Foto, reprodução TV Bahia.