Reforma ou faxina nos ministérios, o que importa é que agora começou pra valer

Publicado em: 19/01/2012

Agora sim. Começou a primeira reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff (PT), começou com o comunicado oficial nesta quarta (18). Sai o pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad do Ministério da Educação e entra no lugar dele Aloizio Mercadante, atual ministro da Ciência e Tecnologia. Para substituir Mercadante, foi nomeado o atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp.

A cerimônia de nomeação aconteceu com tom de despedida e Dilma teceu elogios ao desempenho de Haddad à frente da pasta. A solenidade de posse e transmissão de cargo dos novos ministros está marcada para a próxima terça (24), de acordo com a assessoria de imprensa da Presidência da República.

Perspectivas – Na prática, a reforma ministerial foi antecipada por fatos externos, que levaram à substituição de sete ministros, seis deles envolvidos em denúncias de corrupção. A substituição de Haddad por Mercadante também já estava sendo esperada. Quanto aos demais ministérios, não há muitas certezas, mas especula-se que as mudanças serão poucas e divulgadas lentamente.

A presidente tem ainda a missão de tentar engendrar mudanças em cinco ministérios, já que Educação e Ciência e Tecnologia já foram resolvidos. Faltam os Ministérios do Trabalho, Cidades, Cultura, Mulheres e Igualdade Racial.

Articulações – Esta semana, a Folha de São Paulo publicou que o ex-presidente Lula teria sugerido a Dilma a nomeação do senador Paulo Paim (PT-RS) para o Ministério da Igualdade Racial em uma reunião para discutir a reforma.

É fato que a gestão da atual ministra Luiza Bairros tem sido considerada inexpressiva pelo Planalto, mas por outro lado, Paim já causou problemas ao defender reajustes maiores para o salário mínimo e para o benefício dos aposentados e Lula acredita que ele daria visibilidade à secretaria, além do que, ao dar essa tacada, o Planalto pode eliminar do Senado a possibilidade de pressão para um possível aumento dos gastos. Dilma ainda não bateu o martelo.

O Ministério das Cidades, que tem um dos maiores orçamentos da reforma, talvez seja um dos maiores problemas a ser resolvidos, pois esteve envolvido na onda de denúncias do ano passado e a presidente tem dialogado com o PP em favor da nomeação de Márcio Fortes, mas o partido persiste na intenção de manter Mário Negromonte (BA) ou na indicação do deputado Agnaldo Ribeiro (PB).

Outra pasta que promete grandes esforços é a do Trabalho, para a qual foram cotados André Figueiredo (CE); Brizola Neto (RJ) e Vieira da Cunha (RS), todos do PDT. O amoroso ex-ministro Carlos Lupi, presidente da legenda, não aprova a indicação de Brizola.

Outra decisão a ser tomada é quanto à sucessão de Iriny Lopes (PT-ES), que deve deixar a secretaria de Mulheres para disputar as eleições em Vitória e a deputada estadual Inês Pandeló (PT-RJ) é um dos nomes na lista de Dilma, que aliás teme que a reforma possa reduzir a quantidades de mulheres na Esplanada – hoje são 10 – e talvez por isso ainda não há nenhum rumor sobre a substituição de Ana de Hollanda na Cultura.

Com informações da Folha de São Paulo, Agência Brasil e Reuters. Foto, Agência Brasil.

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