A Polícia Civil investiga se houve conduta abusiva por parte de um policial militar em uma suposta briga de trânsito na madrugada deste domingo (15), que acabou com uma pessoa morta e outra ferida gravemente. A briga aconteceu em uma das pistas marginais da Via Estrutural. A briga aconteceu, após João Paulo Cavalcante bater na traseira do carro de Renato Campos, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental. Nervoso, ele disparou ao menos seis vezes, contra três homens da mesma família, que tinham ido ao local após o acidente.
Um irmão, um primo e a mulher do rapaz foram até o local e começou uma discussão. O PM atingiu duas pessoas da família no abdômen e nas pernas. Fernando Cavalcante da Silva, morreu no local e João Paulo está internado em estado grave. Ao se apresentar à polícia, o sargento alegou legítima defesa e foi liberado após o depoimento. Ele não será afastado da corporação.
Um primo das vítimas, que preferiu não se identificar, contesta a versão do sargento e afirma que ele não teria dito que era policial em nenhum momento. Ele presenciou os parentes sendo atingidos e afirmou que foram ao local após ligação do João Paulo relatando que tinha batido o carro e pediu que ela fosse para o local. “Quando chegamos, o policial estava com a arma na mão e os dois estavam alterados. Eu e o Fernando tentamos acalmar. Fomos nos aproximando e foi quando ouvi uma sequência de seis disparos”, contou.
A mulher de João Paulo está grávida e após ver o marido ser atingido por pelo menos quatro dos disparos, chamou o Corpo de Bombeiros. O rapaz, baleado no abdômen e nas pernas, foi levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e segundo familiares, está em coma induzido em estado grave.
Versões diferentes – Para os agentes da civil, nada foi esclarecido, pois cada um dos envolvidos conta uma versão diferente para o fato. De acordo com Felipe Aguiar, o delegado plantonista da 17ª Delegacia de Polícia em Taguatinga Norte, somente após ouvir todas as testemunhas e apurar todos os fatos é que a polícia poderá apontar se houve excesso por parte do policial. Na versão de Renato, ele percebeu que iria apanhar e começou a correr, mas os irmãos o perseguiram e por isso ele teria atirado. Além disso, o PM acusou João Paulo de estar aparentemente embriagado.
Os investigadores apreenderam a roupa que o PM usava na hora dos disparos e a pistola .4, além de recolher imagens das câmeras de segurança dos estabelecimentos comerciais e de um condomínio próximos ao local onde aconteceu a confusão. Familiares dos irmãos baleados temem a impunidade, já que, segundo um primo da vítima, mais de 30 policiais do batalhão dele estiveram no local e foram eles que levaram o sargento para registrar a ocorrência.
O Sargento Campos foi submetido ao teste do bafômetro e, segundo o delegado, o resultado dele foi negativo. O investigador não informou, entretanto, se João Paulo Cavalcante também foi submetido ao exame e se sim, qual teria sido o resultado.
Com informações do Correio Braziliense. Foto, reprodução TV Globo.