Pentágono obtém luz verde para a guerra na Internet

Publicado em: 12/01/2012

Por CubaDebate – Os parlamentares norte-americanos autorizaram oficialmente seu exército a dedicarem-se à chamada “ações militares cinéticas”, nada mais do que um eufemismo triste para não dizer literalmente “guerra”. Como sempre nestes casos, o anúncio não veio com alarde, mas discretamente, em um pequeno parágrafo que integra o orçamento militar até 2012. Pode ser mais insidiosa, mas não mais clara. 

O orçamento militar, aprovado com a classificação da lei, declara o seguinte: “Congresso afirma que o departamento de defesa tem potencial e, sob a orientação específica, pode realizar operações ofensivas no ciberespaço para defender nossa nação, parceiros e outros interesses, de acordo com os princípios e sistemas legais que o Departamento define para o potencial cinético, incluisve dentro de conflitos armados e diante da resolução depoderes de guerra”.

Propositadamente obscuro, o texto acima reconhece como “capacidades cinéticas” e “princípios e sistemas legais”, se alguém não se recorda, a intervenção do exército norte-americano na Líbia, na guerra que iniciou a derrocada de Kadafi,k e que não foi uma “guerra”, mas uma “ação cinética militar”.

E por que chamar de ação cinética e não de guerra? Porque para o presidente dos Estados Unidos declarar uma guerra ele tem que pedir permisssão ao Congresso e ser por esse autorizado. Isso não ocorreu no que se refere à Líbia.

Mas com a autorização nas entrelinhas do documento acima, o presidente dos Estados Unidos e seu comandante-chefe de Exército agora têm caminho livre para declarar, também, a guerra na internet quando tiverem vontade, sem a necessidade de seguir os princípios e sistemas legais” que exigem permissão do Congresso.

Também há outros termos obscuros, como, por exemplo, o que eles consideram uma “ação ofensiva”? Embora não especificado, a Estratégia do Pentágono para a Segurança na Internet, outro bonito eufemismo, já se ocupou de definir o teor dessa tal ofensiva há meses.

Vale explicar que as “ações ofensivas” podem incluir o lançamento de virus de todo tipo, a destruição de serviços e a possibilidade de invadir os sistemas de controle de energia em outros países, desabilitando suas redes elétricas e gerando apagões completos.

Frisamos o fato de que as ações “podem incluir” porque não há precedentes em relação a uma net war ou guerra cibernética, e essas ações podem receber como respostas verdadeiros ataques bélicos, tendo-se em vista tudo o que foi apontado como ofensivas neste texto.

Essa ameaça bélica é ipatrocinada pela ciber-paranoia, que profetiza toda sorte de ciber-apocalipse e outras ciber-engodos para promover o medo.

Não há registro de nenhum ataque de hackers que tenha colocado em real perigo, nem sequer em risco, as “infraestruturas altamente dependentes da internet”.

Por Cubadebate, com informacões de Tribuna Popular TP/ ABNA.

Imagem, noibsay.


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