Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que o lugar mais caro do mundo para andar de metrô é A Capital Federal. A passagem de metrô em Brasília é mais cara do que em Londres, Paris e Nova York. A pesquisa buscou mostrar qual o impacto das tarifas de metrô em 19 grandes cidades do mundo em relação ao salário mínimo local. A análise foi feita em seis cidades brasileiras e 13 estrangeiras e o Brasil ficou com as quatro primeiras colocações do ranking.
A pesquisa aponta que em 20 dias úteis, a tarifa de R$ 3,00 no Distrito Federal consome mensalmente 22,02% do salário mínimo, que atualmente é de R$ 545,00. Diariamente passam 135 mil pessoas pelas 24 estações do metrô do DF. Somados os dois dias do fim de semana (sábado e domingo), o número de usuários é o mesmo.
A tarifa do metrô é definida pelo GDF e o último reajuste foi de 50% em 2006, passando de R$ 2,00 para R$ 3,00. Com 42,38km de extensão, o metrô atende apenas parte do DF, passando pela Asa Sul, Epia, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.
Para Nilson Martorelli, diretor Comercial e Financeiro do Metrô-DF, se o parâmetro for o salário mínimo, Brasília será a mais cara em qualquer comparação. “Não podemos utilizar como parâmetro o salário mínimo. Na Europa, ele custa, em média, entre R$ 14 e R$ 16 por hora. Em Brasília, é R$ 2,48 a hora, e a capital tem a renda per capta mais alta do país. Se compararmos isso, a tarifa daqui é a mais barata”, pondera Martorelli.
Balanço do Idec– O Idec afirma que tomou alguns cuidados na pesquisa, porque em cidades europeias, por exemplo, o preço do metrô varia conforme a distância percorrida e o horário. Para a comparação, o Idec considerou a tarifa mais baixa possível para um adulto.
O balanço é de que os preços de metrô pagos no Brasil são muito elevados, considerando o poder aquisitivo e a baixa extensão das linhas. “É caro e ineficiente se comparado a outras cidades. Ainda há incoerência nos gastos, com muitos investimentos que favorecem o transporte individual”, analisa a coordenadora do estudo, a pesquisadora Adriana Charoux.