A Polícia Civil retornou da greve, mas deflagrou a operação Legalidade que de acordo com informações do Sindicato de Polícia Civil do Distrito Federal (Sinpol-DF), “busca a valorização do papel de cada profissional na atividade policial”. Na prática, isto é conhecido como Operação Padrão e só são registradas ocorrências em flagrante. Isso pode estar abafando e atrasando as investigações do acidente com vítima fatal, envolvendo o sobrinho da distrital Eliana Pedrosa.
O acidente foi no último sábado (02), na ponte do Bragueto, sentido Sobradinho-Plano Piloto. A universitária Laís Cristina Pimenta Luiz de 21 anos morreu ao ter seu carro, um Escort, atingido por trás por um Azera conduzido por Eduardo Pedrosa, 22 anos, sobrinho da deputada distrital Eliana Pedrosa. Desdee então, a 9ª DP ainda não fez nenhum pronunciamento oficial sobre o caso.
O Câmara em Pauta recebeu uma denúncia em off, de alguém que teria passado no local na hora da batida. “Francamente o rapaz estava bêbado pois a moça esta dirigindo super devagar, sendo que eu ultrapassei ela, pois estava dirigindo abaixo de 70 km e ele veio cantando pneu já no balão pra virar pro Lago Norte” afirmou a fonte.
Nossa reportagem tentou contactar a 9ª Delegacia de Polícia durante toda a tarde desta quarta (07), para apurar denúncias de pessoas que teriam passado no local do acidente que matou a estudante Laís Cristina Pimenta Luiz na ponte do Bragueto no último sábado (03). Do início até o fim da tarde, nem a delegada titular, Nélia Maurício Pires Lopes Vieira, nem o delegado-assistente, George Estefani de Souza do Couto que investiga o caso, estariam em reunião e não conversaram conosco.
Um simpático agente anotou nossos dados para que um dos delegados retornasse o contato, mas até o momento, não conseguimos falar com nenhum deles. Cabe relatar ainda, que até o agente passar as informações que solicitamos, uma telefonista chegou a bater o telefone na cara da repórter, quando esta insistiu em saber o nome da pessoa que investigava o caso.
Silêncio – Sabe-se que o resultado da perícia costuma sair em até 30 dias e de acordo com informações da Polícia Militar no dia do acidente, o rapaz dirigia em alta velocidade e foi levado para o hospital sem fazer o teste do bafômetro. Agentes do Centro Integrado de Atenção e Despacho (Ciade), afirmaram que em casos como este, a prioridade é salvar os feridos, sejam eles motoristas ou passageiros. Eduardo foi levado ao Hospital de Base do DF e recebeu alta, horas depois do acidente.
Operação legalidade – em seu site, o Sinpol informa à categoria ter entrado no que denomina “Operação Legalidade” por tempo indeterminado. O skite informa que “a reestruturação da carreira volta à discussão como ponto primordial das reivindicações, bem como o reconhecimento das atividades dos Policias Civis como de nível superior”, e solicita que os policiais se mantenham mobilizados, conforme a decisão da última assembleia.
Trocando em miúdos, a greve que foi iniciada em outubro e durou 41 dias acabou por força judicial, mas a categoria continua em estado de mobilização.