O deputado distrital Chico Vigilante (PT) defendeu hoje (31) a revitalização do Conic, em um conversa com o Câmara em Pauta. Para o líder do PT, o local é um dos mais importantes e democráticos de Brasília e precisa ter sua função original resgatada.
Oficialmente criado como Setor de Diversões Sul, passou a ser conhecido como Conic em função da construtora que ergueu os primeiros prédios no local, ainda na década de 60. Foi erguido em 1967 e é um dos centro comerciais mais variados e populares da cidade. Já foi referência cultural – por abrigar teatros, cinemas, bares e livrarias – mas, ao longo do tempo, passou a contar também com a presença de igrejas, boates, sindicatos e outras lojas. É bastante estigmatizado pela presença de prostituição e tráfico de drogas.
“Frequento este lugar há trinta anos e sei da importância que ele possui. É o coração da Capital Federal, um dos locais mais democráticos do mundo, onde é possível encontrar ministro de Estado e engraxate tomando café no mesmo boteco”, se entusiasma o distrital. E conta que, por esse motivo, foi um dos responsáveis pela instalação da Central Única do Trabalhadores do Distrito Federal no local, bem como do Sindicato dos Vigilantes.
O deputado lembra que o Conic está afastado das áreas residenciais e pode, portanto, abrigar eventos culturais e reunir pessoas sem produzir incômodos à população, nem conflitos – como tem acontecido, nos últimos meses, com diversos estabelecimentos comerciais localizados nas entre quadras.
Reclamações e denúncias têm sido responsáveis pelo fechamento de bares, proibição de festas e apresentações musicais, normalmente concentradas no período noturno. “E mesmo afastado das residências, é bastante acessível, vizinho à Rodoviária e ao metrô, no centro da cidade”, explica Chico Vigilante.
Outro questão importante é a criação de espaços que possam receber turistas, em eventos como a Copa do Mundo. E não são poucos os exemplos de cidades que recuperaram áreas degradadas e transformaram em atrações turísticas: Rio de Janeiro, São Paulo, Nova York e Berlim, por exemplo, possuem experiências semelhantes.
A servidora pública Sônia Palhares é outra defensora da revitalização e criou um movimento nas redes sociais sobre o tema. “Sempre gostei do Conic e não consigo aceitar que ele continue tão abandonado. Tem que voltar a ter mais cultura, livrarias, bons bares e cinemas, como antigamente. Eu mesmo estou disposta a dar minha contribuição, criando um local para apresentações e espetáculos”, defende. Ela acredita que o Poder Público deve agir para restaurar a dimensão cultural e de entretenimento do Conic. “É uma cidade tombada e o Conic faz parte dessa região que deve ser preservada”, informa.
A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e a Prefeitura do Conic têm um projeto de revitalização pronto, que prevê a instalação de cinemas, teatros, livrarias e outros; mas ainda sem previsão para sair do papel.