Cerca de mil vigilantes chegaram ontem (25/10) a Brasília, vindos de vários Estados para participar da III Marcha Nacional dos Vigilantes. A categoria quer a aprovação, ainda neste ano, pelo Congresso Nacional, do projeto de lei no.1033, que institui um adicional de risco de 30% sobre os salários da categoria. Durante três dias, eles permanecerão em Brasília para fazer uma espécie de corpo a corpo com os deputados federais pedindo apoio para o projeto, além de participar de um seminário nacional sobre questões relacionadas à profissão, Formação e Desafios Enfrentados pelos Vigilantes. Eles saíram em marcha pela Esplanada em direção ao Congresso. Os vigilantes ocuparam as galerias do plenário da Câmara dos Deputados e se manifestaram pacificamente pela adoção do adicional de risco de 30%.
O deputado Chico Vigilante (PT) líder do bloco PT/PRB na Câmara Legislativa, esteve presente durante toda a manhã no ato realizado pelos vigilantes na Esplanada dos Ministérios. Em discurso, ele conclamou a união vigilantes de caravanas vindas do norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste do País, pertencentes às diferentes centrais sindicais como a CUT, a CTB e a Nova Central e a Força Sindical. “Não importa aqui a coloração de cada um, nosso objetivo hoje é um só: conquistar a aprovação do adicional de risco de 30%, uma luta de 20 anos da categoria, contida no nosso primeiro estatuto, mas nunca alcançada. Esta marcha hoje, com a presença de todos vocês, é para provarmos que estamos unidos e que desta vez estamos prontos para vencer”, afirmou.
Vigilantes de várias cidades do País se alternaram em discursos com deputados e direções das federações de vigilantes durante a manifestação. O tom era um só: acreditam que a categoria trabalha sob constante perigo, colocando em risco suas vidas para defender a vida de outros brasileiros e propriedades que nunca serão suas, e que o adicional de risco de vida para o vigilante é uma conquista que não estão mais dispostos a esperar. Cada caravana foi instruída a procurar os deputados de seus Estados e a cobrar deles o apoio à proposta. O presidente da Confederação Nacional de Vigilantes, José Boaventura, resumiu: ao deixar as galerias cada delegado deve sair à caça dos deputados de seu Estado para voltar pra casa sabendo quem é a favor dos vigilantes e quem não é.
O empenho de Chico Vigilante pela aprovação do PL 1033 é antigo. Ele não mede esforços na busca de uma solução rápida para a questão. Na semana passada ele participou de vários encontros na busca de apoios para a aprovação e para a inclusão na pauta de votação do PL, obstruída por medidas provisórias. Em conversa com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RGS), com quem se reuniu três vezes para tratar do assunto, ouviu dele que assim que a pauta ficar livre ele se empenhará em colocar o projeto em votação. Marco Maia, cujo pai era vigilante, disse a Chico que os primeiros anos de sua vida foram sustentados por um salário de vigilante e que, portanto, compreende muito bem a situação da categoria. Chico se reuniu também com a ministra Ideli Salvati, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que prometeu a ele viabilizar apoios no Congresso para aprovação da matéria. Neste ano se reuniu ainda com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e a ministra Gleise Hoffmann, da Casa Civil, dentre outros, todos empenhados na luta pela aprovação do projeto.