Seminário sobre gestão democrática aponta para consenso entre comunidade escolar e governo

Publicado em: 19/10/2011

A deputada distrital Rejane Pitanga comemorou o anúncio feito pelo secretário de Educação, Denílson Bento de que o governo acatará as duas principais emendas defendidas pelo Sinpro ao PL 588/11, que trata da democratização do sistema público de ensino: a criação do Fórum Distrital de Educação e o direito de voto para o professor de contrato temporário desde que ele esteja na instituição na qual votará por no mínimo 50% do período letivo. Para a deputada, agora é hora de mobilização para evitar retrocessos na proposta consensuada entre governo e comunidade escolar.

A declaração do secretário foi feita durante o seminário que discutiu o tema na manhã desta quarta, 19, na Câmara Legislativa. Ao abrir o debate, Rejane lembrou que no início do ano já havia apresentado a proposta defendida pelo Sinpro e pelo SAE e debatida pelas duas categorias, justamente para provocar o debate por toda a sociedade. Ela mais uma vez colocou o seu mandato à disposição em todo o processo de discussão e defendeu que a proposta seja aprovada sem muitas alterações.

Na opinião do diretor do Sinpro e um dos debatedores do seminário realizado na Câmara Legislativa, Júlio Barros, a batalha na Casa será para evitar o desvirtuamento do projeto por meio de apresentação de emendas. “Vamos dialogar, mas não podemos permitir mudanças substanciais na proposta, que contempla a concepção de gestão que defendemos como democrática e participativa” afirmou.

Um dos debatedores, o diretor da CNTE, Antônio Lisboa, disse que o grande desafio agora será fazer com que a sociedade se aproprie da gestão democrática do sistema público de ensino. “Precisamos engajar toda a sociedade, lembrar que a Educação não é problema de governo, é um problema   da nação brasileira. Ou seja, devemos enraizar na sociedade a idéia da importância da gestão democrática das escolas públicas como primordial para uma educação de qualidade para todos, pois só assim daremos sustentação política e impediremos a retirada dessa conquista por governos autoritários” disse.

O representante da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), André João, afirmou que a proposta de democratização é fundamental para a democratização e defendeu a participação dos grêmios estudantis no processo. O diretor do SAE, Denivaldo Alves, também referendou seu apoio para evitar que o projeto seja desvirtuado na Câmara.

A mãe de aluno, Arabela Nóbrega e representante dos Conselhos Escolares, disse que é preciso um trabalho de conscientização da comunidade escolar, que é refém da idéia de quem manda na escola é o diretor. “Interferir, opinar na direção de uma escola não significa cercear a autoridade de ninguém, mas sim dar a sua contribuição para melhorar a educação pública, que é um direito de todos os cidadãos”, afirmou.

O diretor do Sinpro, Wijairo Mendonça, também defendeu que não sejam apresentadas muitas emendas, porque a proposta foi amplamente debatida e preciso agilidade em sua tramitação. A diretora do Sinpro Augusta Ribeiro disse que os deputados devem ter sensibilidade e apoiar o projeto que é a síntese de 32 anos de debate e que representa os verdadeiros anseios de democratização e participação na gestão da Educação. Chico do Gama, também diretor do Sinpro, lembrou que discutir a democratização da gestão é debater os destinos da Educação Pública, pois sem democracia não há qualidade de ensino.

 

Foto: Bayron Valença

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