Se não fossem os condomínios, Brasília estaria hoje toda favelizada, diz Agaciel

Publicado em: 19/10/2011

Em aparte no plenário da Câmara Legislativa, na tarde de hoje (19/10), o deputado Agaciel Maia falou sobre as áreas ocupadas irregularmente no Distrito Federal e que estão pendentes de regularização, fazendo um comparativo entre as pessoas com maior e menor poder econômico. “Nós estamos assistindo a essa situação lá do Noroeste, por exemplo. Foram lá e retiraram os índios, que vivem há anos na região. Aqui, assistimos, de uma hora para outra a edificação do lado de cá da beira do Lago, com tamanha celeridade, e ninguém aparece para embargar. Mas, quando se trata de poder econômico, quando é para defender os consumidores, defender o pequeno, é sempre difícil, porque não há grandes advogados por trás”, ressaltou.

Com relação aos condomínios, o deputado Agaciel Maia destacou a importância dos residenciais para a preservação ao redor de Brasília. “Não fossem os condomínios, hoje Brasília já estaria toda favelizada”, enfatizou o parlamentar, que mais uma vez fez questão de lembrar das dificuldades para se conseguir atender pequenas reivindicações da população. “Ultimamente, para colocar um sinal na descida para a ponte do Paranoá ou para fazer uma duplicação daquele trecho, mandam o processo para o Ibram, o Ibram manda para o DER, que devolve para o Ibram…Tamanha burocracia para fazer obra num pequeno trecho, mas quando é um grande empreendimento, quando é uma grande multinacional que faz um empreendimento em Brasília, o setor público vem e pavimenta tudo, resolve tudo num estalo de dedos”.

E finalizou seu discurso lembrando que os condomínios nasceram justamente pela falta de uma política habitacional voltada para atender, principalmente, a classe média. “Os problemas surgem e depois o Governo vai lá para derrubar. Mas não fez uma política de assentamento com dignidade para as pessoas. Para derrubar, está sempre presente, sempre para massacrar o mais fraco, seja através de grandes advogados, seja através de agências de fiscalização para promover derrubadas”, disse, concluindo que a culpa de todas essas mazelas de Brasília não é do povo.

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