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Grupo de Trabalho discutirá situação de readaptados

Publicado em: 12/10/2011

Durante a audiência pública proposta pela deputada Rejane Pitanga (PT-DF) realizada na tarde do dia 10 , pela Câmara Legislativa, o secretário de Educação do DF, Denílson Bento da Costa, garantiu que o grupo de trabalho que reúne o Sindicato dos Professores, o SAE, a Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), a Superintendência de Gestão de Pessoas (Sugepe) e a Escola de Aperfeiçoamento de Pessoal (Eape) irá se debruçar sobre as leis e portarias que tratam dos readaptados da Secretaria de Educação a fim de propor ações para uma mudança efetiva na forma e condições do processo de readaptação. “Apesar de suas limitações, os profissionais readaptados têm muito a contribuir no processo pedagógico e melhorar as condições de trabalho deles é prioridade da minha gestão”, afirmou.

Pitanga chamou a atenção para o tratamento desumano que esses profissionais recebem ao retornarem ao trabalho como readaptados. Ela lembrou que é preciso mudar o quadro de descaso e desrespeito em relação a profissionais que estão com problemas de saúde relacionados ao trabalho porque o sistema como um todo só tem a ganhar com o aproveitamento do potencial que eles têm.

Para a pesquisadora da UnB, Ana Magnólia, a base de um processo de reabilitação é o reconhecimento de que o trabalho cura e adoece ao mesmo tempo e é parte determinante de qualquer cidadão. “Ao sofrimento da enfermidade em si se somam o sentimento de abandono e exclusão e isso só agrava o quadro, a doença se torna crônica”, afirma ela, que coordenou uma pesquisa feita em parceria com o Sinpro sobre a saúde do professor da rede pública de ensino. Ela acredita que é preciso discutir na área federal o estabelecimento de nexo causal de muitas doenças que hoje não são consideradas pela legislação como oriundas do trabalho.

O representante da CNTE, Antonio Lisboa, ressaltou que o adoecimento da categoria é detectado em todo o país. “O número excessivo de alunos por turma, as jornadas estressantes, a violência no ambiente escolar, o sentimento de fracasso que nos atinge ao percebermos que não conseguimos transformar essa realidade, tudo isso contribui para esse adoecimento”, disse.

Para José Eudes, presidente da CUT-DF é preciso criar um programa que prepare esses profissionais para o retorno ao trabalho e os colegas para recebê-los e para entenderem que suas limitações não o incapacitam para o fazer pedagógico. Com ele concorda o diretor do SAE, Denivaldo Alves, que também ressaltou a necessidade de humanização do atendimento na perícia médica.

“Precisamos de políticas públicas que garantam um novo olhar para a educação, com adoção de medidas preventivas à saúde dos profissionais”, defendeu a diretora da Secretaria de Saúde do Trabalhador (a) do Sinpro, Maria José. Ela ressaltou que a preocupação com a situação vivida pelos professores e professoras doentes levou o Sindicato a criar um espaço de acolhimento psicológico e a maioria dos atendidos são readaptados.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) fez um apelo para que a relação entre a Secretaria de Educação e os professores seja mais humanizada. “É preciso acabar com essa cadeia de vitimização”, exortou ao criticar a forma “desrespeitosa” como os profissionais de educação são tratados quando vão se submeter à perícia médica. “Eles não podem ser vistos como fraudadores”, advertiu.

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