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Sessão solene dos vigilantes relembrou as lutas e conquistas da categoria

Publicado em: 22/08/2011

Uma volta ao passado desde o início da criação do Sindicato dos Vigilantes do DF, os movimentos que o suscitaram, que culminaram com a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) até os dias atuais da categoria foi relatado na sessão solene comemorativa do Dia dos Vigilantes, proposta pelo deputado Chico Vigilante, na tarde de hoje (22), no auditório da Câmara Legislativa.

O deputado Chico Vigilante, expoente da categoria e fundador do sindicato, da CUT e do Partido dos Trabalhadores no DF, relembrou o passado de lutas pela garantia de direitos dos trabalhadores e comemorou as conquistas obtidas pela categoria ao longo do tempo – 32 anos da primeira greve de vigilantes “que deu certo no Brasil”, em 1979.

“O objetivo deste evento hoje é comemorar. Relembrar quem fez, o que fez, porque fez e como fez para que possamos continuar fazendo”, disse Vigilante. O deputado fez um histórico político e social da criação do sindicato, desde a primeira reunião, que desencadeou a primeira greve, cuja pauta de reivindicações foi escrita pelo saudoso jornalista Celson Franco, então no Correio Braziliense. Na época, a luta da categoria era por uma carga horária justa, 12/36h, auxilio alimentação, uniforme, seguro de vida e garantias de direitos trabalhistas, entre outros.

“Eu me lembro que tinha sala de tortura para espancar vigilantes. Muitos eram demitidos por justa causa, tinha que pagar o próprio uniforme e quando morria algum, tínhamos que fazer vaquinha pra enterrar. Previdência nem pensar. Era uma situação degradante, por isso fizemos a greve”, relatou Vigilante.

Um acordo intermediado por Nilton Lins, na sede da Federação do Comércio, na ocasião, pôs fim à primeira greve. Os trabalhadores, liderados por Chico Vigilante, obtiveram um reajuste histórico no salário, de 2.700 cruzeiros para 4.500 no dia 1º de novembro e 5 mil cruzeiros no dia 1º de janeiro; uniforme grátis, jornada de 12/36 h, auxilio alimentação e seguro de vida de 50 mil cruzeiros.

Foram muitas as conquistas ao longo dos anos. “Somos uma das categorias mais capacitadas e organizadas do país. Hoje temos orgulho de sermos vigilantes”, declarou Chico. “A nossa grande luta agora é para conseguirmos o risco de vida (adicional de 30% sobre o salário por periculosidade). Hoje temos um contato frente a frente com os empresários, embora continuemos com nossa ideologia socialista e os empresários com os interesses deles”, afirmou o parlamentar.

O secretário de imprensa da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNV) e diretor do Sindicato em Minas Gerais, Edilson Silva, observou que o resgate histórico feito por Chico é muito importante para que os novos profissionais conheçam e valorizem a profissão, a categoria e o sindicato. “Os vigilantes de Brasília são referência para a categoria em todo o Brasil”, afirmou ele.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes do DF, Jervalino Rodrigues Bispo, destacou o orgulho de ser representante da categoria, que elegeu por duas vezes um vigilante deputado federal e duas vezes distrital. “Isso é a ação de uma categoria inteligente, bem organizada e corajosa”, enfatizou Jervalino.

Duas diretoras do sindicato compuseram a mesa. Uma delas, Tiana Silva, vigilante há 23 anos, falou da questão de gênero na profissão. “A categoria ainda não absorveu a existência de mulheres vigilantes na diretoria, mas temos tentado combater isso e contamos com o apoio irrestrito do deputado Chico Vigilante e do presidente do sindicato”, disse ela.

Participaram ainda da sessão solene, compondo a mesa, Erivaldo Pereira Lima, diretor do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança
Eletrônica – Sindesp-DF, e o presidente do Sindicato dos Bancários, Rodrigo Brito. O deputado, Olair Francisco (PTdoB) e Agaciel Maia (PTC) prestigiaram a sessão solene.

A oração do vigilante, intitulada “astúcia”, que fala do cotidiano difícil do trabalhador em vigilância, foi lida por Theófilo Silva. E o ponto alto da sessão foi um vídeo surpresa, que fez um desfecho na sessão solene, retificando a narrativa emocionada de Chico Vigilante e dos demais participantes com fotografias históricas, muitas com a presença do sindicalista Lula, entre dezenas de outros que escreveram a história do Brasil e de Brasília. As fotografias, muitas em preto e branco, contam um capitulo de lutas e conquistas. O fundo musical, a propósito, “Pra não dizer que não falei das flores”, na voz de Zé Ramalho.

 

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