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A polêmica do Estádio Nacional

Publicado em: 07/06/2011

 

Ir de encontro aos interesses do governo não é um bom negócio, bater de frente então, nem se fala… Com a copa do Mundo de 2014, muitas obras começaram a ser realizadas para receber o evento. Uma das principais se refere à construção do Estádio Nacional de Brasília (antigo Mané garrincha). Em razão da Lei Distrital nº 4.558/2011, o terreno e o prédio onde se encontra o Estádio Nacional foram transferidos ao patrimônio da Terracap.

Uma emenda no estatuto da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), aprovada pelo Conselho de Administração, passou a permitir que o Estádio Nacional fosse administrado pela empresa. O conselho é formado por cinco membros indicados pelo GDF. O mais curioso, é que esta já é segunda formação do grupo.

Na primeira votação realizada com outros membros, a idéia do novo estádio ser gerido pela Terracap, foi rejeitada. O argumento foi que não é atribuição da empresa administrar um complexo esportivo, e sim administrar as terras públicas do Distrito Federal e promover empreendimentos habitacionais e de desenvolvimento econômico. Com a rejeição do assunto, o governo formou um novo conselho, e realizou uma nova votação, que aprovou a deliberação.

O deputado Agaciel Maia (PTC), explica como foi o projeto de transferência. “O Estádio Mané Garrincha era do GDF, a Terracap não tinha o controle, então nós fizemos o projeto para passar o terreno para a Terracap, com o objetivo da de agilizar a construção do Estádio Nacional”, explicou. Para o deputado não há nenhum problema, no Estádio ser administrado pela Terracap tendo em vista que a própria Câmara votou isso. “Uma emenda inserida no texto da transferência do GDF para a Terracap, diz que, sempre que a Terracap, quiser vender ou alienar o espaço do futuro Estádio Nacional, terá que passar por uma lei aqui da Câmara Legislativa”, justificou.

O distrital Olair Francisco (PTdoB), concordou com Agaciel Maia. “A partir do momento em que a Terracap é parceira do GDF, eu não entendo como um conselho, diz não para a administração do estádio pelo órgão”, disse.

Posição diferente tem o vice-presidente da Câmara Legislativa, Dr. Michel (PT). “A Terracap mexe com a parte imobiliária de Brasília, acho que temos outros órgãos competentes para fazer a administração do estádio. Foi uma inabilidade desses conselheiros que votaram a favor da Terracap assumir a administração do estádio. Sou contra essa administração”, opinou.

Já os deputados Aylton Gomes (PR) e Wellington Luiz (PSC), acreditam que o assunto precisa ser melhor analisado, não pode simplesmente passar para a Terracap. “É uma obra de muita grandeza e acredito que tenha que ser administrado por alguém que tenha plenas condições”, comentou Aylton. “Se a Terracap tiver condições de gerir com competência, já que estamos falando de uma Copa do Mundo, aí é possível se admitir essa idéia, mas acho que o governo tem que ser muito cauteloso nessa decisão. Tem que haver uma discussão mais ampla, porque é uma decisão um tanto polêmica”, declarou Wellington Luiz (PSC).

O deputado Wellington ainda acredita que criar esse debate no momento, pode ser um empecilho na realização das obras. “Já estamos com as obras atrasadas, então criar condições polêmicas num processo que precisa ser ágil, não ajuda em nada. Se já existem órgãos responsáveis que têm competência para gerir, por que não continuar nas mãos destes órgãos?”, questionou.

Para o deputado Joe Valle (PSB), a administração do estádio não pode ser barreira na realização da Copa do Mundo de 2014. “Qualquer falha nessa trajetória pode fazer com a cidade não sedie a abertura do evento. Então o governo deve procurar quem cumpra a meta de ter a construção pronta no período”, avaliou Joe Valle.

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