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Deputados distritais debatem assassinato em supermercado do RS

Publicado em: 24/11/2020

A morte de João Alberto Freitas, homem negro de 40 anos que foi espancado por dois seguranças em uma unidade do hipermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre, foi debatida por deputados distritais durante a sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (24). O crime ocorreu na noite de quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. Para o deputado Chico Vigilante (PT), a violência se dá porque muitos contratados para realizar o serviço de segurança privada são despreparados.

“As empresas burlam as regras. Contratam alguns devidamente capacitados, mas acrescentam ao quadro pessoas indevidas. Estes são os que agridem, são verdadeiros criminosos”, observou. Para evitar mais problemas, Vigilante defendeu a necessidade urgente de aprovação do Estatuto da Segurança Privada, em nível nacional. “Dessa forma, além de colocar as empresas na legalidade, estas poderão ser fiscalizadas pela Polícia Federal”, notou.

Já o deputado Fábio Felix (Psol) apresentou dados de mortes violentas e da população carcerária que “evidenciam o racismo estrutural existente no país”. Ele contestou falas de autoridades nacionais que descartaram, na sequência da morte de Joao Alberto, a existência de racismo no Brasil. “Por conta da miscigenação que caracterizou a formação do povo brasileiro, querem afirmar que há uma suposta democracia racial. Mas isso não é verdade”, ratificou.

Para a deputada Julia Lucy (Novo), o Brasil viu com “estarrecimento” as imagens da ação brutal e covarde. “É inacreditável chegar ao ano de 2020 com toda essa violência explícita no país. É um fato que ataca a humanidade de todos nós e nos deixa tristes. Há quem tente justificar, mas o que importa é a defesa da condição humana e de ser vivo de cada um”, discorreu. Segundo a distrital, o crime precisa ser apurado e responsabilizado de forma individualizada. “Não dá pra generalizar e por a mesma culpa, por exemplo, no empreendimento”, argumentou, acrescentando que “o fenômeno é mais complexo e profundo”.

 

 

Marco Túlio Alencar

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