Após reunião, hoje (29), com integrantes da bancada do PP, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse estar confiante que será possível atingir um “meio termo” e um “objetivo comum” para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. Mas a verdade é bem outra. Apesar de ter investido em uma campanha milionária nas rádios, tvs e jornais, 55% dos brasileiros seguem contrários à Reforma da Previdência, e isso é decisivo para a tomada de posição dos parlamentares.
Sabendo disso, Guedes tenta minimizar os efeitos dos partidos tomarem decisão para enfrentar este pepino. “O partido [PP] tem se posicionado com pleitos legítimos e estamos confiantes que essa participação da Câmara dos Deputados e a influência decisiva dessas lideranças construtivas vão nos ajudar a superar o desafio da Previdência. Estamos confiantes que vamos atingir um meio termo, um objetivo comum e que vai ser muito bom para o Brasil”.
O “meio termo” que Guedes se refere é abrir mão de uma série de supressão no projeto, que ele mesmo confessou não aceitar ameaçando ir embora do país na semana passada.
O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), disse que os parlamentares do partido reconhecem a necessidade da reforma, mas pedem a retirada das alterações na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros itens.
“Isso não deveria estar na reforma, o menor, o mais pobre não tem que ter o ônus de fazer essa rearrumação. Os mais bem remunerados que tem que contribuir. Não será o trabalhar rural e o BPC que terá que arcar com o ônus da reforma”, disse Arthur Lira.
O PP foi um dos 13 partidos que em março assinaram uma nota em apoio à reforma da Previdência impondo condições. Além do BPC e da aposentadoria rural, o texto também manifesta oposição à desconstitucionalização da Previdência.
O líder do PP defende que os pontos citados pelo partido causariam pouco impacto e não reduziriam para menos de R$ 1 trilhão a expectativa de economia do governo com a reforma. “Se a gente tira isso continua com mais de R$ 1 trilhão. Não é sábio por parte do governo não apoiar uma proposta dessa porque ele não terá votos para fazer diferente”, disse. Em resumo, o PP, partido do presidente Jair Bolsonaro durante muitos anos, onde ele se manifestava veemente contra a Reforma da Previdência, não que a Reforma do Governo, muito menos a conversa fiada de Guedes.