A pressão para que o secretário de Saúde do Distrito Federal, João Batista de Sousa, pedisse demissão chegou ao final. Seu pedido de afastamento da pasta ocorreu na tarde desta quarta-feira (22). De acordo com o Executivo, ele deu como encerrada sua contribuição à gestão com a realização da 9ª Conferência de Saúde, nos dias 20 e 21 deste mês. São muito os interesses em prol do seu afastamento.
O nome do novo titular da pasta deve ser anunciado na tarde de quinta pelo governador Rodrigo Rollemberg. “Cumpri uma etapa importante para o desenvolvimento da Saúde, que se encerrou com essa conferência. Sou muito grato ao governador pela confiança”, declarou.
“Cumpri uma etapa importante para o desenvolvimento da Saúde, que se encerrou com essa conferência. Sou muito grato ao governador pela confiança”, declarou.
O nome de Sousa só surgiu depois que o então escolhido por Rollemberg para a área, Ivan Castelli voltou atrás e recusou o convite para assumir a secretaria alegando problemas de saúde. Médico e ex-vice-reitor da UnB, o secretário assumiu a Saúde com uma série de dificuldades: dívidas com fornecedores, falta generalizada de remédios, déficit de servidores e leitos de UTIs fechados.
No dia 19 de janeiro, o governador decretou estado de emergência na área, garantindo a não cessão de funcionários da Saúde para outras áreas do governo e suspendendo as concessões de licenças não remuneradas e de afastamentos motivados por cursos de pós-graduação. A medida não foi suficiente para contornar a crise.
Seis meses depois do decreto, Sousa afirmou ter reabastecido a rede pública com 243 dos 314 remédios que estavam em falta e reaberto 51 dos 101 leitos de UTI. Em sua última entrevista coletiva, ele anunciou a prorrogação por mais seis meses do estado de emergência alegando ainda haver "vulnerabilidades", com destaque para radioterapia, saúde mental, tratamento intensivo e emergências.
Entre as principais dificuldades enfrentadas por Batista durante sua gestão está a infecção de oito pacientes por superbactérias, o que motivou a criação de um plano que pedia reforço na higiene de hospitais públicos. Sete deles morreram.
Além disso, imagens feitas na primeira metade do ano mostraram funcionários atendendo pacientes vestidos com sacos plásticos, por falta de avental, e lençóis sendo lavados em casa.
Por fim, a rede pública segue sem 71 medicamentos preconizados, incluindo antibióticos usados para combater sífilis, toxoplasmose e inflamações no coração. Remédios utilizados em quimioterapia e contra o déficit de atenção também têm estoques zerados.
Em nota, o governador disse que Sousa foi fundamental para enfrentar a crise. “Agradeço profundamente ao doutor João Batista e sua equipe pelo que fizeram até aqui. Ele teve a capacidade e a coragem de assumir a Saúde com todas as dificuldades existentes. Sempre demonstrou espírito público e compromisso com a nossa cidade.”
Mudanças
Batista é o terceiro secretário a pedir exoneração desde o início da gestão. Na segunda, o titular da pasta de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antônio Paulo Vogel, anunciou sua saída do cargo para integrar a equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no governo federal.
Ex-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle comunicou sua saída do governo no dia 10 de junho, alegando ter se tornado “alvo das críticas” de opositores, setores da imprensa e de parlamentares.
Nota oficial: Secretaria de Saúde
22 de julho de 2015 – 18:46
"O governo de Brasília informa que o secretário de Saúde, João Batista de Sousa, pediu exoneração na tarde desta quarta-feira (22). O nome do novo titular da pasta será anunciado amanhã, às 15 horas, pelo governador Rodrigo Rollemberg.
João Batista considera encerrada sua contribuição à frente da secretaria com a realização da 9ª Conferência de Saúde do Distrito Federal, nos dias 20 e 21 deste mês. "Cumpri uma etapa importante para o desenvolvimento da Saúde, que se encerrou com essa conferência. Sou muito grato ao governador pela confiança."
Segundo Rodrigo Rollemberg, o secretário foi fundamental em um período de grande crise. "Agradeço profundamente ao dr. João Batista e sua equipe pelo que fizeram até aqui. Ele teve a capacidade e a coragem de assumir a Saúde com todas as dificuldades existentes. Sempre demonstrou espírito público e compromisso com a nossa cidade."
O governador destacou, ainda, que a Secretaria de Saúde conseguiu importantes avanços neste primeiro semestre, como o reabastecimento de medicamentos e insumos, a reabertura de parte dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), a contratação de profissionais para reforçar o atendimento nas áreas críticas e a redução dos casos de dengue.
Entre as principais iniciativas elencadas pelo chefe do Executivo está a formulação das bases de um novo modelo de gestão, que envolve a ampliação da atenção primária e a descentralização administrativa e financeira das regionais de saúde. "Quero continuar contando com a colaboração do dr. João Batista e de toda sua equipe", afirmou."
Agência Brasília