O argumento segundo o qual "segurança não se faz sem policiais" foi recorrente nos discursos de parlamentares durante a sessão ordinária desta terça-feira (3). Em meio a aplausos de aprovados no último concurso da Polícia Civil, o deputado Wellington Luiz (PMDB) defendeu a convocação imediata dos concursados. Segundo ele, o cronograma de nomeação estabelecido no governo anterior não foi cumprido, e os quadros da instituição estão defasados.
O deputado Wasny de Roure (PT) também discursou em favor da contratação de mais policiais. "Eles passaram num concurso duro e difícil", ressaltou, argumentando que o número de policiais hoje é inferior ao de 1993. Originário da Polícia Civil, Wellington Luiz ainda completou: "E 150 policiais devem se aposentar até o final do ano".
O líder do governo na Casa, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), informou que o assunto deverá ser tratado em reunião nesta noite com o governador Rodrigo Rollemberg. De acordo com ele, a expectativa é de que seja elaborado um novo cronograma de nomeações.
Servidores – A ação direta de inconstitucionalidade do Ministério Público que questiona as reestruturações de carreiras e reajustes concedidos pelo governo passado foi outro assunto bastante debatido na sessão de hoje. Para o deputado Chico Vigilante (PT), cerca de um terço da população do DF vai ser atingida pela medida. "Esta é, talvez, a situação mais grave enfrentada pelo DF", afirmou.
O deputado Cristiano Araújo (PTB) também criticou a ação, defendendo que os reajustes concedidos já são "direito adquirido" dos servidores. Por sua vez, o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) alertou: "O servidor sustenta a economia local. Se a Adin for adiante, vai sufocar a economia do DF".
A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), anunciou que a Casa vai preparar uma defesa das leis aprovadas em 2013 e que beneficiaram servidores de 33 categorias.
Investigação – Diversos deputados criticaram em plenário a distribuição de um panfleto que intitula de "inimigos do povo" os deputados distritais que votaram a favor do pacote fiscal encaminhado pelo governador Rollemberg. "Fazer um folheto apócrifo é covardia. É um desrespeito ao parlamento e às ideias divergentes", criticou Wellington Luiz, que pediu investigação do caso.
"Isso é repugnante. Em todo parlamento, há oposição e situação, e o deputado tem que ter liberdade para votar", concordou o deputado Agaciel Maia (PTC). Segundo Celina, a Coordenadoria de Polícia Legislativa (Copol) já foi acionada para tratar do caso. "Se houver deputado envolvido nisso, pode ser levado inclusive para a Comissão de Ética", alertou.
Derrubadas – Wellington Luiz lamentou a derrubada de casas no condomínio Sol Nascente. "Não estou falando de grileiros, mas de pessoas que moravam há 20 anos no local", explicou. O deputado Ricardo Vale (PT) também criticou a ação, defendendo que a política deveria valer para todos, independentemente das condições financeiras. Eles destacaram a situação das invasões nos lagos Sul e Norte. "Ações desse tipo não devem penalizar quem mais precisa", completou Vale.