Durante a sessão ordinária, na tarde desta quarta-feira (19),quando a líder do governo discorria sobre o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB, a deputada Celina Leão (PDT) pediu um aparte, para declarar que o governo age de má fé ao tentar aprovar o PPCUB de qualquer jeito. A parlamentar alega que não houve tempo para discutir o projeto que decide o futuro de Brasília.
“O governo quer votar de forma desesperada, quando é o futuro da nossa cidade que está em xeque, o CONPLAN votou de qualquer jeito porque o conselho é manipulado pelo governo. Eu gostaria que o secretário Magela tivesse a mesma pressa que ele tem em aprovar o PPCUB com os moradores que foram retirados do Varjão, que até hoje se encontram sem moradia", desabou a deputada.
Na avaliação de Celina existem pontos positivos no projeto, como os estacionamentos subterrâneos, mas ela destaca que existem vários pontos negativos que precisam ser analisados e debatidos a fundo, porque representam o futuro da cidade. “ Se houve discussão houve por parte da base porque eu não fui convidada, em janeiro não existiu agenda nenhuma sobre o projeto”, revelou.
No inicio deste ano a deputada chegou a pedir a retirada do PPCUB da tramitação na Câmara Legislativa. Para ela, o projeto já chegou de forma atropelada, sem ouvir a população e com pontos muito polêmicos. No entanto, o governo continua com suas manobras em uma tentativa desesperada de aprovar o PPCUB sem a participação da população, no tapetão, e isso só não aconteceu até agora graças à atuação do Ministério Público, tanto na suspensão do Conplan por irregularidades na composição do Conselho, como na suspensão da posse dos novos conselheiros, quando a estratégia era após a posse julgar rapidamente 39 processos inclusive o PPCUB sem a devida intimação do MP, no momento em que o projeto ainda era estudado por urbanistas. “Por que essa pressa?”, indaga Celina.
A parlamentar ainda aponta a falta de lealdade do governo para com a sociedade. “O governador se comprometeu em retirar os pontos polêmicos do projeto e não o fez, é um governo desleal, que não cumpre acordos”, aponta Celina.
Celina encerra com uma indagação. “A quem interessa votar tão rápido o PPCUB? Esta é a pergunta que fica“, finaliza.