O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Wasny de Roure (PT), defendeu na sessão ordinária desta quarta-feira (26) o diálogo com autoridades do GDF e do governo federal para apressar a votação de um projeto de lei de reestruturação das carreiras da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A reestruturação é a principal reivindicação dos militares, que voltaram a se reunir nesta manhã na Câmara Legislativa e, em seguida, saíram em caminhada até o Congresso Nacional, onde o projeto deve ser analisado.
Wasny disse ter participado da mobilização, que reuniu cerca de mil policiais na Casa, e explicou o motivo da votação de dois projetos de lei de suplementação orçamentária na sessão de ontem. Segundo ele, apesar do clamor pela obstrução dos trabalhos legislativos até que a situação dos policiais e bombeiros seja resolvida, a votação era necessária para garantir o pagamento de salários de servidores do GDF.
O presidente relatou, ainda, que esteve ontem com os policiais presos por causa das manifestações, oferecendo apoio do Legislativo para ajudar a resolver a situação. Ele contou ter visto, durante a visita, "homens de cabelos brancos com lágrimas nos olhos" – o que o sensibilizou. Para o deputado, o sentimento é de injustiça e o caso indica arbitrariedade contra os policiais.
Wasny adiantou que pretende se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o Ministério Público Federal em busca de solução para a situação dos policiais detidos e para a reestruturação das carreiras de policiais e bombeiros militares.
O presidente também manifestou preocupação com o risco de o DF perder os recursos do Fundo Constitucional, o que, segundo ele, é uma grande conquista da população, mas está ameaçada por causa do interesse de outras unidades da Federação.
A deputada Liliane Roriz (PRTB) concordou com a preocupação do petista com relação ao risco que ameaça o Fundo Constitucional. E fez questão de usar o microfone da tribuna, também, para esclarecer que continua em obstrução. "Enquanto não se resolver essa queda de braço entre os policiais e o governo, a cidade estará coagida, sitiada, às vésperas da Copa", afirmou. Segundo explicou, ela só participou da votação de ontem porque se tratava de pagamento de salários de servidores públicos.
Zínia Araripe