Casos de racismo no DF colocam o tema em evidência. São em média 11 casos por mês

Publicado em: 17/02/2014

Na última sexta-feira (14), a australiana, Louise Stephanie, foi denunciada e presa em flagrante por crime de racismo, contra manicures negras em um salão de beleza na Asa Sul. A cliente começou as agressões quando percebeu que seria atendida por uma manicure negra. Stephanie foi solta por determinação da Justiça, neste fim de semana.

No domingo (16), a cobradora de ônibus da Viação Pioneira, Claudinei Gomes, sofreu racismo quando ocorreu uma pane no ônibus, que travou a porta do veículo. O incidente ocorreu em Taguatinga, quando uma passageira cogitou usar a saída de emergência.

O motorista explicou que, para isso, seria necessário quebrar a janela e que, nesse caso, a passageira teria de pagar o estrago. A cobradora foi envolvida na conversa, quando a passageira pediu o nome do condutor e ela não quis informar. Por não informar o nome do motorista, a funcionária foi xingada de negra ordinária e preta safada. A ideia da passageira era denunciar o motorista à empresa.

Claudinei contou ao Correio, que nunca havia sido vítima de preconceito. “Fiquei com muita raiva. Deu vontade de bater na mulher, mas, como sou um ser racional, diferentemente dela, me contive”, recorda. Claudinei ligou para a polícia para denunciar a agressão.

Quando a porta finalmente abriu, a passageira foi a primeira a descer. “Ela ainda gritou: ‘A polícia não vem para preto, não’. A cena dela indo embora impune foi horrível”, disse a cobradora.

O número de atendimentos no Disque-Racismo do Distrito Federal comprova que o racismo ainda é um crime recorrente. Em menos de um ano, mais de 7 mil ligações foram recebidas. Do total das denúncias, 126 foram classificadas como racismo — uma média de 11 casos por mês. 

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