Pesquisa da UnB usa esgoto para mapear consumo e origem de drogas no DF

Publicado em: 16/01/2014

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolvem um estudo que revela os pontos de maior consumo de drogas e pode desvendar a rota do tráfico que abastece o Distrito Federal. O projeto é uma parceria entre a UnB e a Polícia Federal desde 2010, e é desenvolvido por pesquisadores do grupo de Automação, Quimiometria e Química Ambiental (AQQUA/UnB). As informações são da TV Record.

Os resultados são obtidos de amostras de dejetos colhidas em estações de tratamento de esgoto do DF, que passam por avaliações, nas quais são identificadas substâncias secretadas pelo organismo de usuários de drogas, como a benzoilecgonina, produzida pelo metabolismo da cocaína e a anidroecgonina, produzida pela vaporização da droga durante o consumo de crack. 

Uma técnica semelhante é utilizada para se estabelecer qual a origem da droga consumida por moradores de determinada região. O método de avaliação desenvolvido na UnB leva três dias para ser realizado.  

Também a partir dos dejetos, os cientistas afirmam que conseguem avaliar se existe, no material descartado nos esgotos, compostos utilizados como adulterantes de droga. “Dependendo da origem da droga, diferentes tipos de adulterantes são comumente utilizados. Temos uma ferramenta em tempo real”, explica Fernando Sodré, integrante do grupo de pesquisa AQQUA e professor do Instituto de Química.       

De acordo com o professor, a pesquisa da UnB pode acelerar processos de investigação da Polícia Federal, baseados em métodos que podem levar meses até serem finalizados. “Até ser liberado o resultado, toda a dinâmica do tráfico pode ter mudado”. 

Estudos – A análise de dados é feita no laboratório do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. O laboratório é um dos únicos no DF que possui o equipamento necessário para a pesquisa.

O mestrando Gustavo Brandão é o responsável pelo estudo desde 2012. Ele tem aperfeiçoado a metodologia utilizada pelo cientista Rafael Feitosa, que aplicou a técnica pela primeira vez em 2010, junto ao grupo AQQUA, enquanto cursava o mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Química da UnB.

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