Um grupo de cerca de 15 manifestantes do Movimento Suprapartidário entrou em confronto com seguranças do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta (20) durante um protesto contra as prisões dos condenados no processo do mensalão. Eles lavavam a Estátua da Justiça, escultura que fica em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes, quando cerca de 40 seguranças os abordaram pedindo para que eles parassem. Alguns se recusaram e os seguranças tentaram tirar à força as vassouras de alguns manifestantes.
A assessoria do Supremo informou que não vai comentar o caso.
Protesto – O grupo fincou 35 cruzes em frente ao tribunal, para simbolizar os 35 dias que três dos condenados permanecem presos, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do PT José Genoino – os três foram presos no dia 15 de novembro. Genoino está em prisão domiciliar provisória e espera definição sobre se poderá cumprir a pena em casa ou se voltará para a prisão. Delúbio e Dirceu aguardam decisões sobre pedidos de trabalho externo, para que possam deixar o presídio da Papuda, nos arredores de Brasília. Os manifestantes querem que os três tenham direito efetivo ao regime semiaberto, quando se pode deixar o presídio durante o dia para trabalhar.
Segundo um dos manifestantes do ato, Zeca Peixoto, a lavagem da estátua da Justiça representa uma “esterilização do Poder Judiciário”. “Ele simboliza a dualidade da Justiça. Hoje, a Justiça brasileira inocentou Arruda e Benedito Domingos. Para a gente isso é um descalabro. Enquanto isso, os movimentos sociais das cidades, juvenis e estudantis têm sido criminalizados diariamente. Isso é inadmissível. A lavagem representa uma esterilização do Poder Judiciário, onde, pra gente, é que tem as maiores injustiças”, declarou.
A Justiça de Brasília absolveu nesta quinta-feira (19) o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PR), dos crimes de dispensa indevida de licitação para a reforma do ginásio Nilson Nelson, em 2008. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na terça (17), por unanimidade, livrar o deputado distrital Benedito Domingos (PP) da acusação de fraude na prestação de contas da campanha eleitoral de 2010.
