Júri popular de Brasília condena dois réus do caso Villela

Publicado em: 14/12/2013

O Tribunal do Júri de Brasília condenou nesta sexta (13) dois dos réus acusados pelos homicídios de José Guilherme Villela, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mulher Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada da família, Francisca Nascimento da Silva. Eles foram mortos com 73 golpes de faca dentro do apartamento em que viviam, na SQS 113, em 2009.

O ex-porteiro Leonardo Campos Alves foi sentenciado a 60 anos de prisão e Francisco Mairlon Aguiar, apontado como seu comparsa, a 55 anos de reclusão, condenados por homicídio qualificado e furto qualificado e devem cumprir pena em regime inicial fechado. Eles não terão o direito de recorrer em liberdade. A sentença do caso foi lida após quatro dias de julgamento e cerca de 45 horas de sessão. Alves foi condenado por unanimidade (7 votos a 0), e Aguiar, por 6 a 1. Outros dois acusados, Adriana Villela (filha do casal morto) e Paulo Cardoso Santana (sobrinho do ex-porteiro) conseguiram adiar o julgamento deles. A data da audiência neste caso ainda não foi marcada. Ambos também alegam inocência.

No terceiro dia de julgamento, quando Aguiar e Alves foram ouvidos no tribunal, o ex-porteiro negou participação no crime e Aguiar disse não saber por qual razão o nome dele foi incluído no processo. Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Alves disse que a acusação que pesa contra ele “não é verdadeira”. Ele alegou ainda que não sabia o motivo pelo qual estava sendo apontado como autor do assassinato e que foi induzido a formular respostas que o colocariam na cena do crime.

Depoimentos – A delegada Renata Malafaia da Coordenação de Crimes contra a Vida (Corvida) disse em seu depoimento não ter dúvidas da participação do ex-porteiro no triplo assassinato. “Não tenho dúvida nenhuma da participação de Leonardo. Ele confessou olhando nos meus olhos. A confissão de Leonardo me surpreendeu, porque ele contava detalhes”. Renata afirmou ainda que o ex-porteiro e a filha do casal, Adriana Villela, planejaram o crime e que os outros dois réus, o sobrinho de Alves, Paulo Cardoso Santana, e Aguiar participaram da execução.

Outra delegada, Mabel Alves de Farias, que também atuou nas investigações do crime, foi ouvida e apontou a filha do casal como participante do assassinato dos pais. Adriana sempre negou envolvimento nos assassinatos. De acordo com o depoimento, o processo registra "vários atritos de Adriana com a mãe".

Adriana – Em março do ano passado, em uma sessão de instrução do caso, Adriana confirmou que tinha divergências com a mãe, mas negou que tenha tramado a morte dos pais. “Ainda que não concordássemos ideologicamente, sempre tive o apoio dos meus pais. Os nossos desentendimentos não foram por dinheiro, foram para que eles aceitassem minha maneira de pensar. Tínhamos naturezas diferentes, mas nunca fomos inimigos, nem por um dia”, disse na época.

Adriana chegou a ter a prisão preventiva decretada duas vezes, mas responde em liberdade após ter conseguido um habeas corpus. Alves, Aguiar e Paulo Cardoso Santana estão presos desde novembro de 2010. Todos respondem por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Na terça (10), o delegado aposentado Julião Ribeiro, que trabalhou nas investigações sobre o assassinato, disse que existem indícios da participação de Adriana Villela no crime. Também prestaram depoimento a filha do ex-porteiro Leonardo Campos e os pais de Francisco Mairlon Aguiar.

As informações são do G1.

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