Parentes dos brasileiros encontrados mortos na casa onde moravam nos Estados Unidos buscam ajuda para trazer os corpos para o país. A irmã de uma das vítimas, a estudante de direito Suenia Ruppenthal, moradora de Formosa, no leste de Goiás, na manhã desta quinta (12) entrou em contato com a Secretaria Estadual de Assuntos Internacionais para pedir auxílio na repatriação dos corpos.
“Infelizmente, o procedimento para o traslado dos corpos é muito caro, pois eles precisam ser cremados antes. Para cada corpo, o valor gira em torno de US$ 8 mil e não temos condição de arcar com esses custos”, disse Suenia.
O casal, Márcio Ferraz do Amaral e Cledione Ferraz do Amaral, e a filha de 10 anos, foram achados mortos no sábado (07), dentro de um carro, na garagem da casa em que viviam em um condomínio em Lake Nona, em Orlando, no estado da Flórida.
Auxílio – Uma lei estadual de 2005 criou o Fundo de Auxílio Funerário aos Goianos, usado para repatriar corpos de goianos mortos no exterior. A legislação também garante auxílio caso os parentes das vítimas morem em Goiás há pelo menos cinco anos.
Cledione nasceu no Paraná e Amaral era de São Paulo, onde eles se conheceram e tiveram uma filha. No entanto, os pais de Cledione residem há dois anos em Formosa, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal. Segundo a irmã, antes, eles moraram por mais de três anos em Água Fria de Goiás, também no Entorno do DF.
O gerente da Secretaria de Assuntos Internacionais, Adauto Brahuna Neto, disse que está analisando o caso. “A família precisa comprovar que mora há pelo menos cinco anos em Goiás”, explicou.
Campanha – Suenia conta que ela e uma irmã de Amaral, precisam ir até a Flórida para reconhecer os corpos dos familiares. “Por isso, fiz um apelo no Facebook e muitas pessoas têm nos procurado para oferecer ajuda”, explicou. Na página da estudante na rede social há uma mensagem com uma conta bancária, onde ela está recebendo doações para a viagem.
A irmã de Cledione entrou em contato com o Itamaraty, que, segundo ela, informou que não pode intervir financeiramente para fazer o traslado ou a cremação dos corpos. “Eles vão ajudar com a assessoria nos trâmites legais e na liberação do visto de urgência”, disse.
Suicídio – Suenia não acredita na hipótese de suicídio, levantada pela polícia norte-americana. "Eles eram muito felizes e não tinham motivos para isso. A gente se falava pela internet com frequência, mas desta vez já tinha cerca de um mês o último contato. Mesmo assim, sei que eles estavam realizados lá e se amavam", relatou.
Suenia também disse que a família não tinha conhecimento se o casal passava por dificuldades financeiras. “A mulher que alugava a casa disse que eles não pagavam o aluguel há cinco meses. Mas nós não sabíamos disso, ainda mais porque eles trabalhavam e levavam uma vida confortável lá”, disse.
De acordo com o noticiário local WFTV, a polícia de Orange County acredita que a família já estivesse morta havia pelo menos três semanas. Segundo o jornal, um representante do condomínio onde viviam os Amaral sentiu um cheiro forte na residência e chamou a polícia. Os corpos foram encontrados já em decomposição.
Não havia sinais de arrombamento da residência ou de ferimentos nas vítimas. Segundo a imprensa local, a polícia trabalha com a hipótese de que as mortes tenham sido resultado de duplo homicídio seguido de suicídio.
O casal se mudou há cinco anos para os Estados Unidos. Amaral era piloto de avião e a mulher trabalhava em um parque temático da Disney, em Orlando. Segundo Suenia, amigos da família que moram na Flórida informaram que ultimamente, o cunhado trabalhava em uma empresa aérea que fazia voos para a Índia.
Os pais de Cledione também moram em Formosa. Segundo a irmã, eles estão muito abalados e não tem condições emocionais de dar entrevista sobre o assunto.
Com informações do G1.