A família de Artur Paschoali, jovem brasiliense desaparecido no Peru há quase um ano, esteve conversando com parlamentares sobre a possibilidade de retomar buscas. A mãe, Susana Paschoali, e o irmão de Artur, Felipe Paschoali estiveram com a deputada Érika Kokay (PT-DF) e com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino (PT-BA), para buscar uma forma de interceder junto às autoridades brasileiras e peruanas na busca pelo estudante.
Os Paschoali deram aos parlamentares os detalhes das investigações. Pellegrino propôs a criação de uma delegação para ir ao país e pensar uma estratégia de cooperação entre Brasil e Peru. Ele se comprometeu a entrar em contato com representantes peruanos de direitos humanos e com a Divisão de Assistência Consular (DAC) do Itamaraty para tomar conhecimento do que foi feito por iniciativa do Brasil no processo.
Investigações – No dia 13 deste mês, Kokay se reuniu com os pais do jovem, na qual se comprometeu a interceder junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que providências sejam tomadas no sentido de dar celeridade às investigações. Susana afirma que somente depois do contato com a deputada, que buscou apoio do Itamaraty, a família conseguiu ter acesso aos autos do processo que tramita no Peru.
A família cobra mais atuação das autoridades brasileiras em busca de resolver o caso de um cidadão desaparecido e pressionar os órgãos responsáveis no Peru. Relata que a Justiça peruana concedeu diversas autorizações fundamentais para a investigação, como quebra de sigilo telefônico, mas que não foram cumpridas pela polícia local. “Nós denunciamos vários suspeitos de envolvimento no desaparecimento do Artur, mas não tivemos retorno sobre as denúncias”, afirma Susana.
A família está em contato frequente com o Itamaraty, que acompanha as buscas no Peru. Eles relatam que esse longo período de buscas tem sido muito angustiante, pois muitas vezes não encontraram o respaldo necessário para seguir com as buscas, mas estão esperançosos e seguem empenhados na procura pelo filho.
Tráfico de Pessoas – Artur Paschoali, de 20 anos, viajava com amigos, mas decidiu se separar do grupo quando encontrou um trabalho em Santa Teresa, região de Machu Picchu. Artur foi visto pela última vez em 21 de dezembro do ano passado, quando avisou que caminharia pela região para fazer fotografias e não retornou.
Os pais acreditam que o jovem tenha sido vítima de tráfico de pessoas: “Temos uma série de indícios de que o Artur deve estar vivo e foi vendido”, afirmou o pai, Wanderlan Vieira. Nas investigações, constataram que o filho seria muito útil para traficantes, pois fala fluentemente inglês e espanhol, além do português. Destacaram, ainda, que este tipo de crime é bastante presente na região.
À época do desaparecimento, o casal percorreu 182 cidades no Peru e gastou cerca de R$ 80 mil na procura pelo filho. Durante este período, algumas pessoas disseram tê-lo visto e, em uma dessas ocasiões, o menino estaria desesperado tentando fazer uma ligação em telefone público.
Com informações da Assessoria de Erika Kokay.
