Justiça do DF determina que Google apresente dados coletados no Brasil

Publicado em: 08/11/2013

Uma decisão da 23ª Vara Cível de Brasília determina que a empresa Google Brasil Internet apresente, em cinco dias, informações detalhadas sobre o Google Street View, ferramenta que permite a internautas visualizar ruas, fotos panorâmicas e diversas localidades do mundo.

 

O prazo começa a contar a partir do momento em que a empresa norte-americana for intimada da sentença, publicada na última segunda (4) e divulgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal(TJDFT) nesta quinta (7). De acordo com o TJDFT, se o Google descumprir a sentença, terá que pagar multa diária de R$ 100 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão. A empresa ainda pode recorrer.

 

A juíza Carla Patrícia Frade Nogueira Lopes, responsável pela sentença, afirma que o Brasil está se preparando para tratar, em termos legislativos, de questões pertinentes à sociedade em rede. A magistrada, porém, argumenta que isso não significa que no Brasil não exista norma capaz de proteger a privacidade de dados de cidadãos brasileiros. Na sentença, ela citou trechos da Constituição Federal e do Código Civil que compreendem a proteção da vida privada.

 

Espionagem – A sentença foi tomada com base em um pedido do Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI). A entidade quer saber como o Google coleta os dados e argumenta que em meados de 2010, três anos após o lançamento do sistema, surgiram denúncias na imprensa estrangeira de que a ferramenta teria como objetivo espionar a vida de cidadãos, com a captação de dados pessoais e a interceptação de comunicações eletrônicas, via redes Wi-Fi.

 

O instituto diz que tem interesse em ajuizar uma ação coletiva pedindo indenização por dano moral coletivo se ficar comprovado que o Google coleta, de forma indeterminada, dados de pessoas e promove a interceptação de comunicações. Para a entidade, isso constitui invasão de privacidade.

 

Confirmação – No processo, a empresa norte-americana confirma que, em maio de 2010, descobriu que veículos utilizados no desenvolvimento do Street View estavam coletando outros dados além daqueles necessários à identificação das redes Wi-Fi. No entanto, informou que, embora coletadas, as informações não foram utilizadas em seus produtos ou serviços.

 

A empresa norte-americana diz que tão logo teve conhecimento da coleta de dados, retirou os veículos de circulação. Informou que os dados coletados foram "devidamente isolados, de modo a se tornarem inacessíveis". Garante que entrou em contato com autoridades brasileiras para informá-las a respeito do ocorrido. Alegou, porém, que não encontrou no Brasil legislação que discipline a privacidade de dados.

 

Com informações do G1.

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