Engenheiro que denunciou superfaturamento no TCB é suspeito de estelionato

Publicado em: 06/11/2013

O Ministério Público do Distrito Federal anunciou nesta terça (05) a decisão de abrir investigação com base em denúncia feita por José Weber Cuconato Arnaut, que há anos atua no setor de transportes, em Brasília, apresentando-se como engenheiro e acusa a direção da estatal Transportes Coletivos de Brasília (TCB), do governo do Distrito Federal, de compras superfaturadas. Weber é suspeito de continuar a serviço dos donos das empresas sob intervenção e foi denunciado por suspeita de estelionato, extorsão e falsidade ideológica.

 

Weber que era contratado da TCB para prestar serviços de consultoria em engenharia mecânica. Em ofício à 2ª Delegacia de Polícia do DF, o presidente da estatal, Carlos Alberto Koch Ribeiro, denunciou o interventor por cobrar “vantagens financeiras” de cinco fornecedores para liberar suas ordens de serviço sem as quais a TCB não realizaria os pagamentos. E ainda relata suspeitas consistentes de que seria falsa sua alegada formação em engenharia.

 

Denúncias – Koch contou à 2ª DP que ouviu ao lado do chefe do departamento jurídico da TCB, Carlos Leonardo Souza dos Santos, de representantes das próprias empresas, o relato da extorsão praticada por José Weber. O presidente da estatal cita as empresas Remonta Oficina de Motores Taguatinga Ltda, Mineirão Autopeças e Serviços Ltda, BI Comercial de Peças e Serviços Ltda-ME, Brasília Casa das Embreagens Ltda e Retífica e Tornedora Mineira Ltda, além dos respectivos responsáveis e/ou proprietários.

 

Diante destas acusações, a TCB teria decidido averiguar a documentação da empresa Jaqueline Arnaut-ME, da qual Weber se apresentou como procurador e executor do contrato de consultoria em engenharia mecânica. Segundo Koch, foi descoberto que o suposto engenheiro tem dois CPFs, utilizando um deles no formulário de registro no CREA/SP, cuja autenticidade agora está sob dúvida, e outro para se habilitar ao contrato com a empresa pública do governo do DF.

 

A TCB também pesquisou o registro de José Weber no CREA/SP, tanto pelo nome quanto pelo número de registro, e não conseguiu confirmar se de fato sua alegada formação em engenharia é verdadeira. Diante da possibilidade concreta de estar diante de um caso de estelionato e de falsidade ideológica, Koch Ribeiro solicitou à 2ª DP para investigar o caso.

 

Weber disse estar disposto a “colaborar com as investigações” da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e entregou o computador que usava quando foi funcionário da estatal.

 

Campanella – Weber também acusou o diretor do Transporte Urbano do DF (DFTrans), Marco Antônio Campanella, presidente do PPL no DF, de pedir passagens aéreas ao Grupo Amaral em troca de fechar os olhos na investigação de suas empresas. Até mesmo ônibus teriam sido cedidos pelo Grupo Amaral a integrantes do PPL para viagens partidárias.

 

De acordo com o MPDFT, o promotor que analisará o processo vai averiguar se as informações passadas por José Weber são verdadeiras. José Weber diz que já deu dois depoimentos no Ministério Público sobre as denúncias.

 

As informações são do Diário do Poder.

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