A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) lançou neste mês de setembro o “Programa Educação Moral”, um curso para policiais aprenderem a criar seus filhos e a ter um casamento em acordo com princípios bíblicos. A “tropa de eleitos” está liberada de trabalhar durante as aulas, que ocorrem no horário do expediente, nas dependências da PM e com custos bancados pelo órgão.
O projeto é uma parceria com a Universidade da Família, instituição que oferece cursos com base bíblica. A ideia é “aplicar princípios bíblicos” na educação financeira e no relacionamento familiar dos policiais militares. Os cursos disponíveis são “Como criar seus filhos”; “Homem ao Máximo”; “Mulher Única”; “Aliança”; e “Como chegar ao fim do mês”.
A corporação tem à disposição cinco capelães, sendo três católicos e dois evangélicos. Até agora, mais de 150 PMs já fizeram inscrição no curso, mas só 70 terão a oportunidade este ano. O restante poderá ter aulas nas novas turmas, em 2014. “Líderes” poderão replicar os ensinamentos nos quartéis, se houver demanda. Cada aula tem duração de duas horas e ocorrerá uma vez por semana, no período de até três meses, dependendo do curso.
Estado Laico – A PM não garante que haverá cursos para outras religiões. “A ação da Capelania Militar da PMDF [Polícia Militar do Distrito Federal] não implica que um policial militar seja liberado de trabalhar para fazer cursos de qualquer religião. O Programa é institucional, não é de uma religião”, disse a PM em nota.
Ainda assim, para a PMDF, o curso tem respaldo na lei e não fere o Estado laico. A corporação garante, ainda, que o curso não atrapalhará o trabalho dos militares nas ruas. “Nenhum policial militar está liberado de trabalhar durante o curso. Em regra, as reuniões terão duas horas de duração com frequência de uma vez por semana, interferindo o mínimo possível nos serviços ordinários”.
A corporação argumenta ainda que o curso bíblico serve de apoio aos militares, ajudando a minimizar o “grande estresse físico e emocional” da atividade policial.
As informações são da Folha de S.Paulo.