O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) absolveu o médico Heverton Octacílio de Campos Menezes, acusado de racismo contra a atendente Marina Serafim dos Reis, em um shopping da Asa Norte em maio de 2012. Ainda cabe recurso sobre a decisão.
Segundo a vítima, a confusão teria começado quando o médico tentou furar a fila e passar na frente de outros clientes, após ter chegado atrasado à sessão do cinema. Ele teria dito que Marina deveria morar na África para cuidar de orangotangos. Ao ser interrogado pelo juiz, o acusado negou a prática do crime e que a funcionária do cinema teria negado atendimento preferencial a que ele teria direito como idoso.
De acordo com a 5ª DP, na Asa Norte, onde o caso foi investigado, no ano passado, o acusado é doutor em psicanálise e palestrante e já teria cometido um outro crime de racismo, em 2002, contra uma mesária eleitoral, também por não permitir que ele furasse fila.
O caso – A atendente do cinema, Marina Serafim dos Reis, foi ofendida por Everton por tê-lo impedido de passar na frente de duas pessoas na fila do cinema, alegando estar atrasado para a sessão. “Disse que eu era muito grossa que era por isso que eu tinha essa cor, que eu estava no lugar errado, que ali não era meu lugar, que eu não devia estar lidando com gente, devia estar lidando com animal. E disse também que eu não deveria estar morando aqui, que eu deveria estar morando na África, cuidando de orangotangos”, relatou a moça.
Após os insultos, clientes e funcionários do estabelecimento chamaram os seguranças, mas Menezes conseguiu fugir e foi identificado com auxílio das imagens das câmeras de segurança do shopping. De acordo com o delegado da 5ª DP Marco Antônio de Almeida, Menezes foi indiciado por injúria discriminatória porque não havia dúvidas de que o crime foi cometido.
Almeida afirmou que este é o décimo procedimento policial movido contra o médico desde 1994. “Já teve por injúria, desacato e lesão corporal de grau leve. É a segunda por injúria racial. A primeira foi em 2002. Ele estava em uma fila e uma moça quis organizá-la dando preferência a gestantes e idosos. Ele perguntou a ela se aquela era a República das Bananas”, explicou.
As informações são do R7.