Os moradores da Serrinha do Paranoá estiveram na Câmara Legislativa na tarde desta sexta-feira (2), para expressar sua posição contrária à expansão do Setor Taquari sobre as áreas de preservação que compõem a região e são responsáveis por fornecer água para o Lago Paranoá. Durante audiência pública no plenário da Casa, a população local também apresentou suas reivindicações, como ações governamentais de mobilidade urbana, a manutenção da baixa densidade populacional e o início de um processo de regularização fundiária que alie preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
À frente da audiência pública, o deputado Joe Valle (PSB) apoiou as demandas dos moradores e garantiu que seu mandato vai fiscalizar a expansão urbana na região. "Neste encontro, a Câmara chama o Executivo e traz as reivindicações da população organizada para que possam repercutir no planejamento governamental", afirmou o distrital.
O presidente da CLDF, deputado Wasny de Roure (PT), destacou a mobilização dos moradores da Serrinha e disse contar com a participação popular durante este segundo semestre de votações na Câmara, quando a Casa vai avaliar projetos importantes, tais como o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS). "Ano que vem haverá também uma nova revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT)", lembrou.
Proteção –Da tribuna, a moradora Nancy Ferreira sintetizou o sentimento dos presentes à audiência ao dizer: "Não queremos a expansão do Taquari". Nancy apresentou ainda uma lista de reivindicações e observou que, dos 10 núcleos rurais da Serrinha do Paranoá, três já se tornaram áreas de relevante interesse ecológico. "Pedimos que sejam criadas políticas de proteção legal nos outros núcleos rurais, permitindo o uso sustentável das áreas e a manutenção das ocupações com baixa densidade populacional", afirmou.
Em seu pronunciamento, o subsecretário de regularização da Secretaria de Habitação, Francisco Sabino, conhecido como Chico Floresta, disse acreditar ser possível a construção de um processo sustentável de utilização da área. "A partir do diálogo vamos construir esse modelo", observou Sabino.
Ao final da audiência pública foi instituído um grupo de trabalho com a participação de representantes da sociedade civil, da Frente Parlamentar Ambientalista da CLDF, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa), da Terracap, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de outros órgãos afins, para acompanhar a expansão no local.
Microbacias– A Serrinha do Paranoá é constituída por várias microbacias hidrográficas que abastecem o Lago Paranoá. Essas microbacias estão localizadas na Sub-Bacia Norte do Paranoá, Região Administrativa do Lago Norte e Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. Fazem parte da Serrinha os núcleos rurais Boa Esperança, Olhos D´Água, Urubu, Jerivá, Torto, Bananal, Palha, Taquari, Tamanduá e Capoeira do Bálsamo.
Com informações da CLDF.
