Patrício diz que dossiês não irão fazê-lo recuar em processos de cassação

Publicado em: 06/08/2013

Nesta segunda (05), todos os parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal estiveram reunidos para discutir a abertura do segundo semestre. Aproveitando o ensejo, o corregedor da Casa, deputado Patrício (PT) avisou aos que esperam paralisar o desenrolar de processo de cassação contra distritais com ameaças de divulgação de dossiês contra membros da Comissão de Ética e Decoro e contra o próprio corregedor: “A pressão não me fará recuar, o que não vou aceitar é sacanagem”, disse.

 

Nesta quarta (07) está marcado um protesto a partir das 14h, em frente à Câmara Legislativa, para pressionar os parlamentares a votarem pela abertura de cassação dos "Pandoristas" que já foram condenados pelo Tribunal de Justiça.

 

Processos – Nesta terça (06), a partir das 14h20, na sala das comissões, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar começa a realizar oitivas de testemunhas do processo de cassação do deputado Raad Massouh (PPL). Serão ouvidos pelo relator, Joe Valle (PSB), o delegado do caso Henry Peres Ferreira Lopes e os empresários Carlos Henrique Pereira Neves e Maria Inês Viana de Lima e Silva Ávila. Outras testemunhas, como o delegado afastado do caso Flamarion Vidal, devem ser ouvidos na próxima semana.

 

A decisão da Mesa Diretora para que se envie ou não o pedido contra os deputados Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP) e Rôney Nemer (PMDB) à Corregedoria também deverá ser tomada nesta terça (06), na primeira reunião do grupo, após o recesso.

 

Patrício prevê um semestre difícil para a Câmara Legislativa, especialmente as instâncias que fiscalizam as denúncias contra os deputados e acredita que até o final do ano novos nomes podem entrar na lista de investigados da Casa. “Eu disse que isso ocorreria na época da Caixa de Pandora e já disse isso novamente aos demais parlamentares”, disse Patrício. O parlamentar não revelou quem está sob suspeita.

 

Complô – Segundo um blog, um parlamentar não identificado e pessoas do alto escalão do Executivo estariam envolvidos em um complô para pressionar os distritais Joe Valle (PSB), Doutor Michel (PEN) e Patrício a não darem seguimento aos processos contra Raad Massouh, que aguarda a publicação do relatório da Comissão de Ética, e contra os deputados Aylton Gomes, Benedito Domingos e Rôney Nemer, que estão com pedido de abertura de processo na Mesa Diretora da Casa.

 

Patrício disse que não fez nem fará acordos e que sempre teve “uma postura coerente, tanto como oposição quanto na base” e garantiu que não vai ceder às pressões. Ele afirmou que soube da confecção de dossiês contra ele.

 

O deputado disse ainda que desconfia que haja escutas em seus telefones e que conhece dois tipos de pessoas que fazem esse tipo de coisa: polícia e bandido. “Eu passei 16 anos da minha vida combatendo bandidos e não vou compactuar com bandidos. Eles estão tentando forjar dossiês para que os deputados possam aliviar nos processos, mas tanto eu quanto os deputados Joe e Michel não o faremos”, garante Patrício.

 

Por meio de sua assessoria, Joe Valle afirmou desconhecer a existência de dossiês. “Minha vida é transparente e não tenho nada a esconder”, declarou o relator, que deverá apresentar seu relatório sobre o caso Raad no próximo dia 20.

 

Comissão – Patrício anunciou que vai pedir à Mesa Diretora para que, se houver elementos suficientes, envie à Corregedoria o pedido de abertura de processo contra os deputados acusados de participar do Mensalão do DEM, revelado na Operação Caixa de Pandora.

 

“A abertura de processo garante aos acusados o amplo direito de defesa e não significa que o acusado será cassado. A Corregedoria e a Comissão de Ética não condenam ninguém, o Plenário é quem é soberano em sua decisão de salvar ou condenar alguém”, recorda o distrital. “Os parlamentares têm que saber que a sociedade vai cobrá-los”, concluiu.

 

As informações são do Jornal de Brasília e de redes sociais.

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