A manifestação dos moradores de Planaltina de Goiás, que fecham o acesso à cidade pela DF-128 com pneus e galhos em chamas chega ao quarto dia nesta sexta (26) e, segundo os manifestantes, o protesto só chegará ao fim quando a empresa de transporte público Três Irmãs voltar a circular. No início da semana, a empresa foi impedida de fazer transporte de passageiros pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que garantiu a substituição em até dois dias.
Com a cidade isolada, muitos moradores não conseguem se deslocar para o trabalho ou escola. O comércio da cidade também sentiu os efeitos do isolamento e quase todos os estabelecimentos comerciais tem estado desertos. Nesta quinta (25), um promotor de justiça foi à cidade para negociar o fim do protesto com o prefeito e os líderes da manifestação. O prefeito da cidade enviou uma carta ao Ministério da Justiça pedindo apoio da Força Nacional, mas até o fim da tarde de ontem (25), o pedido não tinha sido atendido.
Entenda – A Justiça concluiu que a empresa Três Irmãs, que circulava na cidade desde 2011 por decisão da Justiça, tinha apenas três ônibus, não tinha garagem e nem motoristas e que, apesar de alugar veículos, não tinha condições de operar. A empresa servia cerca de 13 mil pessoas. A medida não agradou à população, que exige a volta dos 68 ônibus da viação, que cobrava a menor a tarifa para o Distrito Federal R$ 3,50.
Para os manifestantes, a retirada da linha mais barata de circulação colocará em risco o emprego da população de Planaltina de Goiás, que temem que os patrões não queiram pagar R$ 10 de passagem diariamente. Atualmente, duas empresas estão autorizadas a fazer o transporte de passageiros da cidade até o Plano Piloto: a Rápido Planaltina, principal alvo do protesto, porque aumentou o preço da passagem para R$ 5,10 e tem a maior tarifa da região; e a Monte Alto, que cobra R$ 4 por viagem.
As duas empresas também não têm autorização da ANTT e operam com liminares judiciais. Uma portaria publicada no Diário Oficial da União na última terça (24) determinou prazo de 48 horas para a Rápido Planaltina assumir a demanda de 13 mil passageiros deixada pelas Três Irmãs. Se os ônibus não forem suficientes ou não estiverem em condições próprias para rodar, a ANTT deve fechar um contrato emergencial com outra empresa. Enquanto isso, a agência prepara uma licitação para colocar novos ônibus entre Planaltina de Goiás e DF, mas os veículos só devem chegar às ruas no fim do ano.
Com informações do Alô Brasília.