O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requisitou nesta segunda (17) à Corregedoria da Polícia Militar do DF (PMDF) que investigue o uso de balas de borracha na repressão à manifestação contra os gastos públicos na Copa das Confederações, ocorrida no último sábado (15). O órgão recomendou que pessoas que tenham sido atingidas por balas de borracha comparação à Polícia Militar para registrar a situação.
O chefe da comunicação social da corporação, o tenente-coronel Zilfrank Antero afirmou que a PM ainda não havia sido notificada até a manhã desta quarta (19). A partir do momento em que a PM for notificada, a corporação terá prazo de dez dias para instaurar o inquérito.
De acordo com Zilfrank, o item faz parte das técnicas para coibir protestos violentos. “O uso de bala de borracha é legítimo, assim como de gás lacrimogêneo ou jatos de água. Tudo faz parte das técnicas de contenção de manifestações violentas”, disse ele completando que precisa saber o contexto em que isso aconteceu. “Temos imagens de tudo o que ocorreu e sem dúvida alguma os excessos serão apurados”, disse.
Protestos – Os protestos tiveram início no começo da manhã de sábado (15), na Rodoviária do Plano Piloto e de lá, os manifestantes seguiram em marcha pelo Eixo Monumental, até que houve um primeiro confronto com spray de pimenta, bombas de efeito moral, balas de borracha e uso de força e o grupo de manifestantes foi contido e isolado pela polícia.
Mais tarde, manifestantes conseguiram romper o cerco e correr em direção às entradas do estádio. Os policiais voltaram a usar spray de pimenta, disparar tiros de bala de borracha e a usar bombas de gás contra os manifestantes, a exemplo que já tinha ocorrido no final da manhã.
Câmeras registraram dois manifestantes foram atropelados por motos da Polícia Militar em frente ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, quando a corporação tentava reprimir os protestos. Zilfrank Antero disse não ter informações a respeito dos atropelamentos, mas afirmou que a ação da polícia para reprimir o protesto ocorreu sem erros. “Nossa linha foi sempre de que poderiam se manifestar de maneira ordeira e pacífica, desde que não interferissem nem interrompessem a diversão dos torcedores”, disse.
Muitos torcedores que não participavam da manifestação corriam com ingressos na mão para entrar na arena e alguns passaram mal por causa do gás lacrimogênio e chegaram a vomitar no gramado próximo ao estacionamento do estádio. Torcedores com mochilas eram abordados e revistados pelos policiais militares.
Saldo – De acordo com a Secretaria de Segurança, 19 manifestantes foram presos e dez adolescentes apreendidos por envolvimento no protesto do sábado (19). De acordo com a Polícia Militar, os fatores que motivaram a maioria das prisões foram desacato, lesão corporal, resistência e desobediência.
Segundo a Secretaria de Saúde, 58 pessoas, incluindo manifestantes e quatro policiais militares que ficaram feridos sem gravidade, receberam atendimento médico no local. Desses, cinco foram para o Hospital de Base e outras quatro para o Hospital Regional da Asa Norte.
Com informações do G1 e de redes sociais.