GDF promete tolerância zero com protestos na Copa das Confederações

Publicado em: 14/06/2013

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, confirmou nesta sexta (14) o que já estava previsto na lei geral da Copa, ao afirmar que o GDF não vai tolerar manifestações contra a Copa das Confederações na região do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha na abertura do evento, neste sábado (15). “Vamos agir com o rigor necessário, para que seja um dia de paz, de festa. O mundo está todo nos observando. (…) Prisões, se tiver que serem feitas, serão feitas”, declarou em entrevista à TV Globo.

 

Ainda segundo o secretário, o protesto do movimento “Copa Pra Quem?”, realizado na manhã desta sexta (14) foi uma ação de “baderneiros”. Os manifestantes bloquearam o trânsito queimando pneus. “Isso não foi um movimento social, foi um ato de baderna, foi um ato de provocadores, que não vamos admitir”, falou Avelar dizendo que houve dificuldades para evitar o protesto. “Eles [manifestantes] vieram em um caminhão baú, um caminhão fechado. Abriram o caminhão, descarregaram os pneus e colocaram fogo. Foi algo lamentável que não vai voltar a acontecer”.

 

Político Também em Brasília os manifestos foram taxados como “político”, como se o exercício da democracia não fosse política. Depois de se reunir com representantes dos manifestantes, o secretário de governo, Gustavo Ponce de Leon, disse que não identificou nenhuma reivindicação específica do grupo.

 

“Esse é um movimento de caráter político que quer aproveitar o momento para ganhar visibilidade e não trouxe nenhuma reivindicação específica para o governo. Eles trouxeram uma pauta com coisas muito vagas, como auditar contas, recuperar calçadas, construir mais ciclovias. Nós mostramos que o governo já tem um calendário de obras, que demonstra o que estamos fazendo. O objetivo era mais chamar a atenção do que trazer uma proposta de negociação”, disse Diego.

 

Membro do Comitê Popular da Copa, que organizou o protesto, Priscila Brito disse que o movimento ocorre como repúdio ao dinheiro investido nos eventos esportivos. “É um absurdo que um volume tão grande de recursos financie a copa deixando à míngua áreas fundamentais como saúde e educação”, disse Priscilla.

 

Outro líder do movimento, Edemilson Paraná, completou: “Dinheiro há, o que não há é vontade política, que não é prioridade para atender quem mais precisa, que é o povo brasileiro, que não tem o que comer, onde morar e não tem o que vestir. Os hospitais do Distrital Federal estão sem infraestrutura e esse povo, que também não tem casa, mora e morre na fila dos hospitais. O governo diz que não tem dinheiro, e nós vimos que tem dinheiro e por isso estamos reivindicando para que esse dinheiro que foi usado no estádio seja usado em prol de quem mais precisa”.

 

Centro de comando – A presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta quinta (13) os centros de comando que vão integrar as forças de segurança nas seis cidades-sedes da Copa das Confederações e disse que a segurança durante o evento, que terá início neste sábado (15), em Brasília, está “garantida”. O chamado Sistema Integrado de Comando e Controle para Segurança de Grandes Eventos custou ao governo R$ 1,8 bilhão, de acordo com a presidente, sendo R$ 1,1 bilhão desembolsado pelo Ministério da Justiça e R$ 700 milhões pelo Ministério da Defesa.

 

A entrega do sistema foi feita de forma simultânea em Brasília, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte por meio de videoconferência.  “Agora podemos dizer que a segurança durante a Copa das Confederações está garantida”, afirmou Dilma durante a entrega. A presidente disse que a inovação tecnológica no campo da segurança pública é um dos legados que os grandes eventos esportivos deixarão para o país.

 

Sistema – O Sistema Integrado de Comando e Controle é composto por centros integrados de controle com bases fixas e móveis, como caminhões adaptados e equipados com sistemas de comunicação e videomonitoramento. Há dois centros nacionais – um no Rio de Janeiro e outro em Brasília –, além de centros regionais e móveis. As polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar poderão se comunicar diretamente com as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – e com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para identificar e combater acidentes e crimes.

 

O governo também entregou às cidades-sedes kit antibomba; imageadores aéreos – que captam imagens de alta resolução e enviam para os centros de controle; desencarceradores – usado para a remoção de pessoas presas a escombros; kit de armamento menos letal e plataformas móveis de observação.

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