O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck teve uma das quatro piores avaliações em levantamento realizado pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, que pesquisou 15 aeroportos, que juntos representam 81% da movimentação de passageiros no país. O resultado foi mostrado pelo Jornal Nacional, que informou ter recebido os dados com exclusividade.
O estudo foi feito em 14 terminais aeroviários das cidades sede da Copa do Mundo de 2014 e mais o de Campinas que atende à cidade de São Paulo. Além de Brasília, foram mal avaliados o de Manaus, o do Galeão no Rio de Janeiro e o de Cuiabá. As melhores avaliações foram dadas para os aeroportos de Curitiba, que fica na cidade de São José dos Pinhais, Recife, Fortaleza e Natal.
A Infraero, que administra os aeroportos de Cuiabá, de Curitiba e do Galeão, no Rio, considerou a pesquisa importante para melhoria do atendimento. A Inframérica, responsável pelo Aeroporto de Brasília, disse que obras atualmente em andamento levarão a mudanças.
O objetivo do governo é monitorar os indicadores a cada trimestre, com o objetivo de melhorar os serviços prestados de olho na Copa do Mundo do ano que vem. “O passageiro brasileiro não é tratado ainda como cliente e ele precisa ser tratado como cliente”, disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.
Aeroporto JK – O Aeroporto JK teve média de 3,58. O Jornal Nacional não disponibilizou os detalhes da pesquisa, que levaram à baixa pontuação. No início deste mês, o Jornal de Brasília publicou reportagem falando sobre a demora na retirada de bagagem nas salas de desembarque, que pode demorar mais de uma hora. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou 498 reclamações de usuários por atrasos e extravios de malas em Brasília.
Na época, a Inframerica informou ao periódico que, antes de 2014 nada vai ser feito para melhorar o sistema e que melhorias devem ser implementadas durante a Copa do Mundo, através de um novo equipamento de movimentação de bagagens, orçado em R$ 40 milhões. Para a Copa das Confederações, o número de vagas no estacionamento deve aumentar de 1.234 vagas para 3.100. O que, segundo a Inframerica, deve ser suficiente para atender aos usuários.
Só neste ano, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) registrou 1.207 ações relacionadas a problemas no aeroporto. O servidor do Juizado Especial do Aeroporto JK, Wellington Sarmento, informou, no entanto, que o órgão não faz a triagem das principais queixas dos usuários, mas garantiu que a longa espera e o extravio de bagagens estão no topo da lista das reclamações dos passageiros. Em fevereiro, no primeiro de de administração, a Inframérica foi autuada após uma série de problemas no terminal
Avaliação – No primeiro trimestre deste ano, foram ouvidos 21 mil passageiros que deram notas de 0 a 5 para 41 itens, como limpeza de banheiros, tempo de espera em filas, segurança, qualidade das informações repassadas, cortesia dos funcionários, valor de produtos de alimentação, custo de estacionamento e acesso à internet.
Itens como valor da alimentação e custo do estacionamento tiveram notas baixas mesmo nos melhores aeroportos e cortesia dos funcionários teve nota elevada na maioria dos aeroportos.
A pesquisa revelou ainda o perfil dos passageiros desses 15 aeroportos: 76% embarcaram em voos para destinos dentro do próprio país, 60% viajavam a lazer e 52% utilizaram transporte privado para chegar ao aeroporto.
O aeroporto de Cuiabá ficou com as piores notas em disponibilidade do meio-fio para embarque e desembarque, conforto térmico, tempo de atendimento do check in, cortesia dos funcionários de segurança e dos funcionários do aeroporto. O segundo pior foi o Galeão, que recebeu as notas mais baixas em limpeza de banheiro, distância de caminhada no terminal e facilidade em conexões.