Na última sexta (26) os pais do brasiliense Artur Paschoali, desaparecido desde 21 de dezembro no Peru, receberam um telefonema de alguém que dizia saber onde o estudante estava. Após adiar a volta para o Brasil e foram até o distrito de Encharati. Lá descobriram ter sido vítimas de um trote. “A pessoa que nos contactou ontem (26) à noite, não tem bons sentimentos, pois nos mentiu que conhecia o Artur. Apenas estava com interesse material”, postou a mãe do rapaz, Susana Paschoali no facebook.
Segundo Felipe Paschoali, irmão de Artur, em Encharati, o homem que entrou em contato com seus pais pediram dinheiro para que eles fossem levados ao suposto paradeiro do estudante. Ao desconfiar do homem, o casal desistiu da empreitada. Segundo Susana disse no facebook, o marido Wanderlan de Souza Vieira, pela primeira vez em quatro meses, se descontrolou e se desentendeu com o autor do telefonema, passou mal e teve que ser levado a um hospital local.
A volta do casal estava prevista para este sábado (27), mas teve que ser adiada devido ao telefonema que dava conta do suposto paradeiro do jovem. Agora, a volta está prevista para a próxima quarta-feira (2), segundo Felipe. Apesar da frustração, o jovem postou no facebook que o episódio serviu como um grande aprendizado. “Nestes últimos meses, ver o lado bom das coisas nos parece mais importante ainda… Como eles perderam o voo de sábado, tive que remarcar suas passagens para o próximo dia 01/05, chegando em Brasília às 23h30. E acreditam que vamos ter um reembolso no valor das passagens que cobrirá a despesa da remarcação?”, afirma.
Buscas – O mochileiro entrou em contato com a família pela última vez em 20 de dezembro do ano passado, quando viajava pelo distrito de Santa Teresa, próximo a Machu Picchu, na região de Cusco. Segundo o irmão, Artur estava trabalhando em um restaurante em Santa Teresa, em troca de alimentação, hospedagem e dinheiro. No dia 21, às 16h, ele saiu para tirar umas fotos, apenas com uma câmara fotográfica, vestindo shorts e deixando todos os pertences na casa onde estava.
No início de janeiro, os pais do jovem encontraram indícios de que o rapaz está vivo e circulando na região onde foi visto pela última vez. A família encontrou meias e algumas roupas queimadas numa região ao sul da Vila de Santa Teresa e os pais afirmaram na época que acreditam que o filho possa estar em fuga, mas não sabem o motivo.
Até o início de março, a polícia peruana contou com ajuda do governo brasileiro e fez buscas com uma equipe multitécnica de profissionais do Corpo de Bombeiros, policiais, especialistas em resgate em minas e em rios, além de cães farejadores e helicópteros. Depois o Itamaraty retirou a ajuda presencial, que não foi retomada mesmo depois de um grupo de amigos e familiares fazer um protesto pedindo ajuda ao Palácio do Planalto.
O Ministério de Relações Exteriores afirmou que ajudou até onde pode e que estava na hora de aguarda o trabalho da polícia peruana, que depois de buscas sem sucesso, deixou a hipótese de desaparecimento, investigando o caso como crime.